segunda-feira, 17 de maio de 2010

Me deixei estar


Apenas olhando daqui sinto como se estivesse dentro das ondas, mas estou em terra firme,
eu gostaria que o medo estivesse debaixo de meus pés, pois estou em equilíbrio com a natureza.
Dentro de um tubo de água, como deve se sentir aqueles que experimentam disso?
Como sentir medo do que é tão maravilhoso para mim?
Os pés reconfortam-se na areia da praia, a vista vai longe até onde se acha ser o fim, na maré agitada,
gostaria que o vento não me trouxesse os grãos de areia, eles ferem meus olhos e me impedem de enxergar a plenitude desse lugar.
O sol me dá mão e me leva até término das ondas, quando elas se desfazem sobre meus pés e voltam para o mar salgado, retornando como novas ondas.
Sinto que não posso me controlar, apenas concorde comigo, que quando estamos em frente a maravilhas que não nos permitem falar, quando abrimos os braços e sentimos o abraçar da ventania envolvendo nosso corpo, diga-me, tem sensação mais doce que ser livre?
Poder sorrir sem motivo, sorrir apenas porque está num dos lugares que mais aprecia, apesar do medo das enormes ondas que estão se formando bem distante de meus olhos, parecendo cada vez maiores e mais assustadoras, me sinto como uma criança, esse medo se faz maior pois não sei nadar, não poderei estar cercada pelo mar, mas um dia estarei.
A noite quando não há luar nem estrelas para me saudar, sempre haverá aquela porção enorme de mar para lhe fazer ficar, é lá que quero estar, deixando meus pensamentos perdendo-se na escuridão que olha para as águas calmas, perder-se assim é encontrar o que há de melhor: a paz interior, paz de espírito.

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