terça-feira, 24 de novembro de 2009

Relógio Mudo.




A suprema corte levanta-se no recinto,
O relógio falante soluça sentimentos de culpa
Todos sabem que ele é o culpado,
Este por sua vez faz gestos e indaga desculpas,
- Mas não despertar o rei e a rainha na hora certa é um suplicio.
Dito isto o relógio desanda em soluços novamente,
A bussóla se orienta para achar um castigo á altura,
Todos mantiveram-se calados a espera do veredito,
O relogio não falaria mais, tocaria e tocaria.
Imediatamente fôra retirada a fala do relógio não falante...
O reino segue em paz,
Mas e o relógio?
Triste pela eternidade, triste pelo descontentamento,
pesado pelo seu lamento,
Mas o reino continua em paz,
O relógio deveria ter o mesmo sentimento,
Se não fala também não sente.

Umbrella Now.


Eu tentei achar meu guarda-chuva para voar daqui
Posso cruzar pernas e braços mas não resolverá o problema
Os garotos e garotas bagunçam meus sentimentos
Eu sei que eles são cruéis.
Não vejo o céu azul, mas sei que dali pra cima é só nuvens
Estou tão perplexo ao ver esse avião tão de perto, estou maravilhado
Eu acharei um jeito de sair daqui
Sei que meus remédios para o coração não retardam a cura
As besteiras que faça consomem meu ser, mastigam minha alma
Eu ainda estou aqui indeciso, com meus pensamentos altamente no ar,
sem um chão firme,
Eu procurei um método de fugir daqui
Mas você me deu o modo, obrigado por essas gotas
Seu veneno me invade, de luz, de calma
Mesmo eu sabendo que não tenho um lugar para ficar.

Amorfas.

Acordei com cheiro de canela
sendo que para mim não é bom,
Violão no canto da sala sem ter som
é um sonho sem ter explicação,
E as notas que saiam junto dela
Sem apelos, naturais para o seu tom
Nas mãos trazia flores de cortejo
É um velório bem feliz, parece bom
E todos davam aleluia como anjos sem desejo
Vendo as fiéis linhas de trem na última parada
Pessoas partem pelas calçadas
Não entendo nada de meus sonhos,
Mas espero sonhos melhores nas madrugadas.

Mini Versinhos.

Olho para nada querendo tudo
Querendo rima, querendo vento
Olho para tudo
E sem intenção esqueço, que já sou verso feito.

x

Não me preocupo se o sono não cair
A janela não abrir e aqui ficar escuro
Porque é só nele que durmo, sob um sono noturno.

x

Pára a garganta, o coração grita
Saco vazio não se põe em pé
Foge da sorte a alma bonita
Amor que é bom ela não quer.

x

Fita no cabelo e saia rodada
Sem intenção é cruel sem ser
Não entende que homem é que nem porta fechada
Só abre para quem ele quer ver.

x

Eu quero um beijo beijado
longo, demorado
Quero um sonho redondo
curto, aproveitado
Desejo uma estrada quadrada
simples, apertada
Simplesmente não quero o que faça um sentido
demorado, nem algo que esteja perto do longo,
muito menos o curto dos cabelos compridos,
nem aproveitar o tédio impróvavel,
Na verdade simples e duramente complicado
é entrar nesse jeans folgado, que mais parece apertado!

Feito em 2008

Sala de aula.

Os papéis sendo rasgados, cantam nas mãos do menino,
e ele não se importa...
Amassando as folhas enquanto essas gritam.
Enquanto todos falam entre si
Eu falo em silêncio de mim mesmo
Desejando estar andando pela rua
Estando aqui não estou,
Corpo na sala e alma no universo paralelo
Palavras lançadas seguidas de risos e explicações vagas
Ninguém presta atenção ao que ele diz,
O vento levando pequenos papéis picados no chão
Olhos e olhos seguindo seus sentidos
Os meus continuam leves e distantes...
Ar de tédio sobre o lugar recai sobre todos nós
E estou me afogando
Leves gotas de poema elevam por dentro do coração
Até acabar meu dilema, uma grande conversa começa novamente
Sem ter ordem, fazendo da paciência um fiasco, um fardo.

Feito em 2008.

sábado, 14 de novembro de 2009

Esboço de lembranças

Deslizei sobre a cama desconfortável, fechei os olhos e o preto por trás das pálbebras me convidava a ficar mais tempo de olhos congelados, lembro como minha garganta dá um nó, quase que quebrável, quando escuto as músicas que a letra, o som e todo o conjunto de memórias vagas me vem como num sonho, na verdade elas estão lá guardadas, e vem num choro alegre, transparecendo quando escuto a voz bonita do cantor, quando sinto que estou indo com ele, na vibe livre. Deixando que o vento me leve, as luzes coloridas no palco me cegam, e é quando volto, submerssa pelas coisas vivas que vivi, os chiados do fone de ouvido parecem chuva, isso me arranca um riso. Eu não sei o que dizer quando chove nos sonhos, mas sei que é quando preciso chorar, e voltar a ver o vestido vermelho dançar envolto no corpo da menina, ver as bonitas bordas formando borboletas que se escondem nas flores. Há um caminho que me impede de ver o sol, mas eu sigo nesse filme sem fim, sem roteiros ou rótulos, continuo seguindo na estrada que não conheço, as estrelas continuam a falar baixo demais, eu sussurro que não as consigo ouvir...
Acordar desse mesmo sonho sempre me cansa, no teto do quarto as estrelas vigiam meu sono perdido, descansam sobre meu olhos, e voltam a querer que eu durma e sonhe, que eu volte a me perder dentro de minhas lembranças.

domingo, 25 de outubro de 2009

Você...


Moro perto de você
Bem próximo ao que você sente
Bem parecido a carinho recheado com ódio.
Príncipio de dor nos dedos
melhor pensar que isso é um mal sinal
espero um pouco...
Não me vem a sensação então prossigo escrevendo sobre você
Tu que não me olha nos olhos
Que troca palavras com os outros
Me aperta em tuas mãos macias
Mas não nota que me deixa cair, e lá me deixa ficar.

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Rastros do dia.

A cidade estava morta pelo suspiro dela, uma reza simples ao diabo...
Alguém a puxava pelas mãos, eu não poderia, não tinha nenhuma intenção de ajudá-la, ela odiava sua vida, soa tanto como uma pergunta em meus ouvidos velhos...
O bar estava todo voltado para a cena, ela traca-se no banheiro, escutamos o arranhar de suas unhas na porta, todos nos levantamos e saímos, enquanto os outros davam passos acelerados até a saída, eu andava como que em câmera lenta, com os olhos voltados para a porta cheia de sangue, via-se pela vidro transparente, desfocado; mas saí, não queria pensar em quais motivos a levava a fazer isso.
Chegamos em casa, largo as apostilas na mesa suja, o sol já caindo para seu sono noturno, as pessoas andavam em todas as direções pela república, festas eram sempre um gasto e um estrago no começo da manhã. Saí antes que a algazarra iniciasse, andei até as vinte e três horas atrás de algo atrativo, mas esta cidade é um cemitério de almas que dormem cedo e perambulam de manhã.

Meu resto de vida, de história, de lenda.

Não, eu sei que você não existe,
como saúde no mundo,
como um sonho sem pesadelo,
como carinho sem zelo, como eu nunca saber o que estou dizendo.
O tempo parado,
no relógio,
nas escadas, esperando calado, em desespero,
vendo o silêncio do rádio,
sem as notas da vida,
sem a voz constante...
Ceguei meus olhos por um instante e parei de sorrir,
de ouvir os pássaros,
de correr para os livros,
de alugar filmes,
alugar pessoas,
deixei...
de me questionar,
de sentir o vento,
de pensar enquanto estou no ônibus,
de apreciar os sapatos enquanto ando com pressa,
parei!
parei de falar,
comer,
dialogar,
fotografar,
escrever,
pensar,
dormir,
viver...
Ah, eu cansei,
de me perseguir,
de perseguir você,
perseguir a todos...
Enjoei,
de sonhar acordada,
de fazer figa,
de procurar palavras no dicionário,
de ouvir músicas novas,
enjoei de lembrar,
de esquecer.
Mas ainda consigo você,
consigo paz,
consigo tirar péssimas notas,
consigo conversar com outras pessoas,
cantar no chuveiro,
ouvir repetidas vezes a mesma música o dia inteiro,
ser parasita de meus pais,
ter um amanhã apagado,
planos em esboço nunca terminados,
ter uma cara de tacho,
escutar um samba e ir pro abraço,
e viver nessa gangorra infernal ou suportável,
nessa balança de horrores ou sustentável,
e ir vendo onde eu vou chegar,
nessa estrada sem fim, nesse contexto destrutivo, nesse embalo juvenil.
Essa história percorre por tantas fases,
tantas frases inacabadas,
tantas charadas dispensáveis,
tantas formas e pessoas, muitas páginas para um conteúdo discutivel, ou seria muitas páginas para uma pessoa lendária?

Pesadelo.

Escuro, choros pequenos, os braços cortados saiam uma quantidade perigosa de sangue...
- Não acenda as luzes - sussurrou as vozes baixas pela casa.
Com a ajuda dos sentidos procurava água para que a dor acalmasse, liga-se a luz, o braço debaixo da água, que corria louca tentando acalmar os ferimentos, as almas paradas olhavam a menina no canto da cozinha.
- Cortou-se por que? - vinha uma voz doentia fazer Mary encher os olhos novamente.
- Vê o quanto faz mal tuas loucuras? - silêncio agora.
Houve silêncio por um bom tempo, ela voltava constantemente as memorias de dias atrás; todos estavam apreensivos depois de Mary dizer que uma boneca se mexera, que andou até ela, depois disse tê-la visto mais pálida, perguntou a sua irmã se ela não estava vendo, ela calmamente respondeu que não, a boneca se mexe novamente e vai em direção a Mary, fechou os olhos e quando os abriu estava na cozinha, e chorou, não lembrava o que aconteceu depois disso, a memória apagava e ela voltava a si. As irmãs se reuniram para que todas dormissem na sala, nenhuma iria para os quartos porque era lá que Mary via alguma coisa; no sofá ela não iria caber, já tinham duas que iriam dormir nele, olhou para as cadeiras, pensou em juntá-las e dormiria nelas, foi buscar o cobertor no último quarto, sem lembrar que não poderia ir para quarto algum, quando chega lá vê sua mãe com a garganta cortada, falecendo aos poucos, e tudo voltou no tempo, ela se viu no meio do espírito e da mãe sem defesa, pensava ela que poderia cortar o espírito e ele iria embora, quando parou de corta-lo, viu-se toda em cortes...
Início da escuridão, início da história.

Querido, querido, por favor...

E se você quiser ir embora, se quiser ir e acreditar...
acreditar que nada foi real como você quis que fosse,
sinto dizer mais tudo aconteceu sim!
E você não estava lá.
Aos poucos a minha depressão me deixa ver as coisas
se movendo em câmera lenta, algumas cores mudando para o preto...
Mas veja é verdade,
pode beijar aquela garota agora, parecemos tão tolos discutindo isso;
esses lábios cortantes, procurando conforto um no outro para as feridas abertas,
conte-me a glória, fale das desculpas,
você está gelado eu vejo em seus olhos,
está gelado a um bom tempo,
congelando as emoções dentro de si.

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

_

Sonhei que estávamos onde sempre vamos todas as noites,
Onde nossas vozes saem abafadas e atrativas,
Levamos nossas asas para sentir o vento levá-las, e agora eu olho em seus olhos e...
Como eu poderia?
Não liguei nenhum pouco para o
que aconteceu?
Eu sei, eu sei,
As paixões parecem navalhas, devagar saem cortando a minha vida,
Eu sei, eu sei,
Não fiz nada pelo que aconteceu,
Bom, já disse que eu sei...
Poderia puxa-lo pela mão, mas agora eu não consigo pensar em nada a dizer,
e era somente um sonho, mas tenho medo, medo de você voar comigo,
eu consigo ver novamente, suas asas em fogo,
eu entendo, entendo...
Vejo que não sei, sinto que não sei,
parece que me iludi olhando o céu azul, e é quando você pára e olha para si mesmo,
e a realidade vai caindo que nem uma pena, pesando como seu corpo no chão.
Meus olhos se fecham, feridos por dentro, não tinha um sol para levá-lo de mim,
mas eu devo ser o fogo que pede que você se distancie.

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Encontro.

Não minta
sinta que a cada mentira eu vou morrendo;
Não sinta
minta quando eu mentir para você;
Me deixe ir
E chorar essas lágrimas da vida...
Você não se importa?
Cante para mim e eu o perdoo.
Eu estarei esperando nas árvores,
deitada sobre a falta grama verde...
Eu estarei desconforme
Com minhas atitudes infantis
Com minhas roupas infantis
Cheia de minhas loucuras
Cheia de tanta paixão,
Me ache, me cale com seu sorriso
Deixe-me achar que vivo sem você
Em cada minuto eu quero mais dez horas,
O tempo é alheio a nossa vontade de viver.
Transbordando e transbordando de desejo por você
Até tudo desaparecer, e restará o que você irá dizer.


feito em 16/12/2008

Tirado do meu caderno: Todos os tempos.

Eu não quero acordar do nada
e achar que a vida não tem mais graça;
Me perguntar toda vez que me atormento logo
por que não ligo pra um psicólogo,
pra enfim acabar com essa guerra que está
aqui dentro
da minha casinha chamada cabeça,
e do meu coração chamado jardim;
Precisa só de uma ligação
dos fios nas tomadas,
Decisões arranjadas, ou tudo ou nada;
Pegar esse guarda sol de vento
e inventar um novo invento
e por fim, ser feliz.

-

Naquela árvore há frutos de paixão
Escadas rolantes e montanhas distantes
Naquele céu não há nuves de algodão
Mas capota um coração
disparando em instantes.

-

Estar deliciosamente deitado em sonhos
É provar de sua mente aventureira
É deixar de viver na besteira de
fechar os olhos e sentidos
É provar da sua inconsequência
de ser jovem e criança
De pisar na elegância e me prender em baixarias
viver das suas alegrias
E não poder viver em paz.

-

Enquanto todos os flashes miram em você
Eu quero estar andando aí,
Todas as mãos que conduzem seu sorriso
andando aí eu quero estar,
Enquanto as lembranças de hoje estão pousando
Eu escrevo sobre esse papel,
Todos os sabores
abraços e flores,
Meus cigarros, suas bebidas...
Na hora da festa sua despedida doce
E assim segue o mês todo até que chegue
o final de semana,
Numa ardente manhã de sol
Abro meu guarda-chuva agora sobre sua piscina azul
Sempre enfeitada de folhas, flores e sombras.

-

Eu vou dizer que esse som é bom
eu vou dizer que esse é o som,
Tal qual como um rabisco
No meu coração;
Voltei com o ramo de flores
São olhos de diversas cores,
É quase um samba a se ouvir
É quase um merengue a sentir,
Quebra-se esse silêncio.

-

Sinta as estrelas caindo
Elas moram bem em cima do meu telhado
seu brilho incessante...
Apague as luzes
Hora de fazer o amor brilhar,
eu gosto de você o bastante
mas não sei porque,
Eu tenho feito besteiras,
Eu tenho chorado um pouco,
Tenho sido meu próprio nojo,
Por favor acenda outra vela em mim,
e eu agradeceria.

-

Me acorde no final de Setembro
Bem, eu sonhei que você fazia aniversário
São poucas as coisas que eu lembro
Mas eu não posso acordar agora,
Essas fotos fotos de armário
que nunca me deixam ir embora;
Eu gostaria de morrer,
meu bem eu gostaria de provar das suas roupas
puxa-lo para perto de mim,
mas não há ninguém para realizar essas coisas loucas,
para tirar esse inferno daqui,
pra pôr um fim, nessa conversa boba.

-

Nunca usarei seu perfume
Fumo para que você fume,
Sei que não gosta, assume:
Por morrer de ciúme.

-

Não é nada parecido com as pessoas que ando,
aves voam em bando, e eu ando só.

-

Me deixe ser estúpida
e fazer besteiras para não saber olhar em seu rosto,
Bem eu me sinto um lixo
Mas saiba, apesar de eu detestar olhar nos olhos
(nunca o faria, sei sou covarde)
Não sei dizer ''verdades'', nem desculpas
mas sinto que tudo isso faz parte;
Eu quero que você fique bem,
e eu quero observá-la a distancia,
Como num filme mal feito
Eu deixo toda minha vida ser destroçada
Enquanto ela se diverte contruindo felicidades,
Ela não gosta da sua casa
(nem eu da minha)
Eu quero te deixar sozinha,
mas não quero ficar longe.

terça-feira, 8 de setembro de 2009

O ser fake.


‘Sou uma pergunta constante, sem respostas apenas indagações do quem sou eu interior, de quem sou agora. Sou apenas um ser que dentre muitos tenta um constante contato com outros seres que também estão procurando um amor aqui, um carinho diferente de amizade. Sou o que quero ser e jamais serei o que você quer, não importa o quanto fale que quer que eu mude ou que quer que eu fique, eu farei o que eu quiser, é uma lei. Apenas não sei dizer por que de me aproximar e me apaixonar tão rápido pelas pessoas, me perdoe, mas elas simplesmente me encantam me encantam, me cegam a vista, me afagam o peito, sinto muito se pareço ser formal demais ou aparento ser poeta,
eu não sou ninguém, eu não existo num mundo tão podre, tão cheio de nada precisando de tudo. Posso dizer-te apenas, tu que lês o que escrevo que estou no tédio eterno, e é aqui que me ocupo um pouco, aqui que fecho olhos e janelas e sonho, vivo essa realidade fora do normal, vivo, apenas vivo, a querer alguém que me beije a ponto deixar-me ausente de meu corpo,que deixe minha alma passear por campos verdes, nos simples segundos que os lábios se cruzarem; Eu quero muito, desejo demais as coisas, e deve ser por isso que nunca as tenho.‘



Perfil do meu fake.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Ficções a bordo.

- Do que mais quer que eu fale? - inclina-se o homem a pequena menina de olhos saltitantes de curiosidade.
- Eu poderia falar dos versos pequenos e dos grandes que faço de repente, quando me vem a mente uma vontade de comer doces, ou quando me expresso ou quando me calo, ou quando a aurora sorri em meus dias calmos, ou quando não penso naquele amor do passado que tanto me feriu me deixando, posso-te falar do que sinto agora, das tardes em que sento e o vento me vem contando histórias novas...
Ou talvez pequena, passando o dedo sobre teu nariz pequeno, e este teu leve sorriso medonho, eu esteja mais feliz pelo resto do dia inteiro,
Estou falando bobagens ou está acompanhando tudo? - Ela somente balançava a cabeça tonta pelo jeito como o moço lhe falava.
- Então devo continuar, você é muito nova para compreender o que digo, mas acho lindas essas estrelinhas que se ascendem quando falo qualquer de minhas coisas.
Ela o olhava como uma mulher apaixonada, como uma criança quando olha para o brinquedo que quer, posso dizer que ela não olhava somente, digo que o admirava e não sabia por que, os lábios a cada palavra faziam um movimento lindo, que nem os atores de novela poderiam sequer ter, nem os mais belos, nem os mais vividos, olhava-o com vontade de tê-lo em sua casa, queria que ele esperasse ela crescer, para que ficassem juntos.
- Nenhuma palavra sequer tu dizes menina, estás aí?
Bateu de leve na testinha pequena de May Bell
Ela somente sorriu, logo disse:
- Está cortejando nossa vizinha não é Senhor Franks, ela é uma moça bem bonita, mas não muito qualificada.
- E quem é qualificada para mim?
A pequena debruçou-se sobre o moço
- Caro senhor, creio que me é mais favorável, alguém que, por sua vez tenha predicados mais valorosos, Senhorita Sulivan é uma ótima professora, mas não uma boa dona de casa.
Ele fez uma careta como se dissesse que tinha razão, mas levou a mão ao queixo refletindo.
- Sim pequena... - ela o interrompe.- Pequena não, May Bell, por favor - cruzou os braços, cheia de astucia.
- Sim, May Bell - fez uma cara se corrigindo do erro - Entendo, mas não disse ainda quem seria a ideal mulher para mim.
May ficou passeando ao redor de Franks, não sei, penso que aquela garota não era garota, e eu estava certo. Sussurrou docemente como uma donzela sedutora em seu ouvido:
- Eu.
Franks vira-se surpreso, vê uma bela moça de olhos castanhos claros, tão claros que prendiam seu olhar ao dela, sua boca carnuda e pequena pareciam travesseiros que ele queria deitar, deitar os lábios.
- Ah Franks, não devia conversar com menininhas, elas às vezes se disfarçam de mulheres feitas meu caro - riu aquele riso diabólico.
Pobre Franks saiu de sua fantasia.
- Eu sabia desde o início, quem me ronda muito algo quer.
O que queres de mim, Diabolique?
- May Bell já não lhe agrada?
Risos dilacerantes e olhares debochados sobre o Senhor Franks,
agora que já sabia quem era, e como lidar com ela ele não parecia tão assustado.
- May Bell é muito angelical para seu veneno, diga o que quer, e eu irei seguir meu caminho.
- Nada mais quero que um escravo, poderia ser você, mas esse seu dom poético me irrita, quase me mato dentro do corpo da garota.
Ah! Suas palavras melosas que me sufocam, queimam mais que o sol em dias infernais. Bom,
quero um escravo com dons, não de poesia, mas que narre histórias, quero-o em meu navio, o quero fazendo parte de minha embarcação, por que a viajem é longa daqui para Enfermer dés
Monvês.
E lá estava eu, preso em um rabo de saia, preso em olhos de veludo, cabelos no vento e lábios cheios de preces, preces falsas, que me fizeram errar, mentir, roubar.
Me fizeram sorrir quando ela sorria, dormir quando ela dormia, e contar histórias quando ela docemente pedia .
Eu era e sou escravo de Diabolique, e não consigo me desfazer disso.
Sou um cão fiel a uma dona perversa, mas tão envolvente em palavras e gestos, tão doce em olhares...
Sua voz soa como uma música triste, como um pedido que necessita ser atendido.
E eu de olhos abertos, mas cego, cego pelo seu veneno,
Estou entregue a ela, entregue a esta viagem ao inferno,
Entregue sem forças, ou eu diria cheio de força,
Uma força oculta que me move,
E é Diabolique, mexendo com minha cabeça,
Roubando minha alma para sempre.

domingo, 9 de agosto de 2009

_




Por que acha que todos a olham assim?
Sinto-me tremulo só de ver seu rosto a passear pelo jardim
Só mais uma noite calma, eu teimo em sempre querer você de novo
Mas parece demais até para mim.

Acorde seu sonho é alto demais,
O piano arranha algumas notas, então
Todos vão ao centro do salão
Inclusive você e seus olhos perseguidores
Estão presos nas notas,
Tão jovem e tanto me envolve.

Oh querida, perdoe a ousadia para uma dança
Eu quero que se torne uma realidade para mim
Estamos com mãos e dedos próximos
Corpos e olhares soltos, visualizando toda a nossa volta
Acaba-se a música, terminou meu prestígio
Talvez fosse só mais uma de minhas ilusões
Ela talvez não tenha tanto a me oferecer
Talvez eu só goste de sua beleza exterior
E só isso não me basta.

Ela é toda a insanidade em mim

Tão quieta deitada sobre a grama verde, eu sentia sua dor passar por mim,
Não conseguia me importar com mais nada, somente com sua música triste.
Seu rosto virava-se em minha direção, os lábios surrando sonhos e razões para que eu acreditasse nela, mas eu só conseguia ouvir sua música triste;
Oh, a sanidade é um riso agradável, ela me é um buraco aberto.
Secando rosas falsas, não acho os pedaços do seu sorriso,
Só consigo imaginar que você é real, um toque mágico para minha decadência.
Ela sente a dor passar, ela entende que este verde embaixo dela não existe...
O seu olhar matador , me faz sentir como se o sol estivesse me perfurando profundamente.
Eu morri e não consigo me dar conta disso.
É como voar sem cordas de apoio.
Vocês não são anjos, mas estas faces me confundem tanto...
Comecei a acreditar fielmente em suas mentiras, e elas se tornaram minhas verdades, mesmo eu sabendo de tudo.
Vou dormir , vou virar poeta,os sonhos me agradam muito,
Por que ela nunca me deixa, ela sempre está lá,
Eu ouço que estou ficando louco, e acho que sou eu dizendo a mim mesmo.

Apenas mais um anti social.

Algumas páginas estão rasgadas dilaceradas por culpa do tempo
Tempo que me resta, tempo que me sufoca.
Algumas escolhas são feitas sob navalhas em meu pescoço ou apenas decições rápidas demais que me cortam do meu próprio eixo.
Partes de minha personalidade fraca estão espalhadas pelos cômodos de minha casa.
Os ouvidos doem ao ouvir as palavras saindo, essas que não são boas de se ouvir, essas que te machucam, que me condena,
estas coisas que me tiram o sono, tiram a vida,
ou uma possiblidade de ser alguém sociável,
nem que seja para meu cachorro.

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Uma parte sua que agora é minha.

Deixe-me levar aos poucos seus olhos para dentro de meus sonhos, fique do jeito que está, não vai alterar nada,
depende muito do que eu vou sonhar hoje, a realidade mais parece uma história incrível, cheia de pontos em que você pode alterar as coisas, os personagens...
Eu balanço o corpo devagar no compasso da música, o som se arrasta fácil como seus lábios em meu pescoço, não posso conter o sorriso...
Ou ontem quando me afastei sem motivo e olhei você, ah eu tentei te seduzir, mas não fui feita para isso, não tenho esse dom...
Lembro que olhava fixa para seus olhos que estavam negros na noite, só iluminados pelo poste amarelo, mordi os lábios, você mudou o assunto.
É tudo bem não deu certo, pensei.
Talvez se eu dissesse, ''ei estou querendo te enlouquecer só na maneira de te olhar'',
talvez assim fosse mais fácil,
ou não,
eu poderia ficar quieta e não fazer tentativas frustradas...
No tempo todo que te observei, no silêncio que ficamos, estive querendo muito que você nunca me deixasse, e o medo que me veio e sempre vem de perdê-lo, deixar você escorregar entre meus dedos, esses pensamentos chatos...
Esses pensamentos e muitos outros que vou apagando, começando a pôr no lugar novas coisas a se ter em mente, como o beijo longo que tivemos que nunca esqueço, ou quando eu disse sem medo que o amo, quando falei que não saberia como ficar sem seu beijo, não muito doce, no tom exato para nunca me deixar farta deles, ou quando observei você dormir, era tão estranho o sono vinha me chamando e eu não querendo atendê-lo, os olhos pensaram que obervar você era mais divertido do que sonhar qualquer coisa, afinal, sonhar nem é real...
Fomos nos aperfeiçoando em relação a nós mesmos, eu fui gostando do que você gosta, fui te olhando de uma forma diferente, aquela forma...
Aquela que a gente não sabe como começou a ver, só sabe que olhar dessa maneira parece normal, ver que existe alguém muito essencial que se torna uma parte sua, que se torna você por inteiro.

Quem sou eu:

-



Quando eu tive tempo pensei que estaria faltando alguma coisa a que eu precisasse pensar, nada mais era do que me alegrar em achar tempo para sorrir para o vento. Penso muito, hajo pouco, vegeto mais do que vivo, escrevo bastante, o amor está em mim mas precisa ser manuseado com cuidado, ele sempre se distrai e ama a pessoa errada, e derruba meu leite com café, e adoece sempre, e anda descalço pela casa a procura de chinelos quando precisa sair de casa...
Virei escrava do presente, dos sorrisos de agora, das horas de agora, dos filmes de amor...
Sou pipa sem vento, árvore sem folhas, história sem resumo, sou um pingo no mundo, um pingo necessário para alguns. Sou sim doente de carência, sussurro entre palavras quando quero chamar teus olhos para meus lábios. Eu costumava ler livros mas agora não sei muito bem o que quero ler, então parei no tempo em realção a isso. Costumo me contradizer, falar errado e me corrigir, e te corrigir também :$
Costumo não ter afeições fortes por família,
costumo usar fitas, tôcas, bandanas, tiara, tudo que cubra meus defeitos eu escondo, logo sou escrava de meus defeitos também. Tenho preguiça para tudo, de tudo reclamo, de tudo me irrito, gosto de muitos sons, me identifico muito com músicas que nada tem a ver comigo, a verdade é que sou de fases, sou de beijos lentos, sou cafona e brega no que visto, sou diversificada no que ouço, sou uma péssima aluna, péssima em conselhos, péssima em matemática, péssima em fazer escolhas importantes...
Just Péssima.
Não sou sociavel e converso só o que me convém, se não fala comigo não falo com você, mas se você for legal eu puxo papo na maior ;)
Odeio pessoas submissas , tipo free oras...
Tenho 16 anos, não pratico esportes, não fumo, assisto pouco á tv, maior parte do tempo ou durmo ou estou na rua, dou nomes as coisas, tenho fakes, mas eles me deisham com tédio, não utilizo internet para pesquisas D: -s -n
Não tenho minhas próprias gírias e por fim deixando esse falátorio de araque,
não sei ainda não consigo dizer totalmente quem sou eu...

domingo, 2 de agosto de 2009

Por favor Ana, morra.


Risco esses papéis em branco, tão tentadores
loucos para serem escritos e devorados por olhos famintos de curiosidade interna.
Desliza-se sobre as paredes,
é uma fujitiva da lei...
Onde a lei é os grandes mandam e os subordinados obedecem.
Ela foge da cidade, foge surpreendentemente de si mesma ao mesmo tempo que
cruza o céu azul de outro lugar
Não precisa que esqueça o que era antes e o que se torna agora,
fugas divertidas, móteis de beira de estrada, um carro roubado cor azul,
escutando músicas bregas de doer os ossos.
Oh por favor decretem morte a Ana, e ela revira os olhos ignorando as notícias de
fugitiva, nada vai fazê-la parar,
Por que pararia se ela se sente tão bem?
descançando numa bela pousada, escutando as ondas trazidas pelo vento,
estando entregue a sorte.
Por favor caçem Ana,
Ana Coraline Susan Frances ,
nome grande, bonito e que necessita ser mudado.
Agora ela é...
É o que ninguém sabe dizer,
Oh onde anda, será que ainda bate o coração de Ana?
Fugitiva, ladra, ouvinte das piores músicas de bar, filha de pais dóceis.
Onde está?
A morte sorria a ela,
E Frances já não é mais a mesma, e
Ana já não vive.

domingo, 26 de julho de 2009

Meu amanhecer.

Dois pingos na mesa: leite e café...
Um rastro não consciente de açúcar,
A xícara com marca do batom vermelho,
O resto de suco gelado agora quente,
Quente como as torradas prontas para degustação,
Já passadas pelo abate.
Travesseiros macios espalhados pelo chão,
Ritmos e cores na televisão,
Portas e portões abertos;
Pasta de dente pressionada na metade sem tampa,
Escovas: de dente, de cabelo, do sanitário, tudo fora do lugar,
chuveiro ligado, água fria.
Pegadas de lama no banheiro,
Janelas e cortinas fechadas no quarto,
Cama arrumada com a colcha escrita em japonês,
varanda pequena com uma rede armada,
jarros quebrados, areia e plantas espalhadas
nos cantos das paredes brancas, vista para o mar,
A sala de estar tem vista para a cidade e por fim,
um vendaval de idéias que bagunçam minha mesa, meu banheiro,
meus jarros, que bagunçam a mim,
É isso simplismente todos os dias de manhã.

terça-feira, 21 de julho de 2009

Algo meu que não me cabe.

Os restos de teus sorrisos. Em moldura estão sobre a mesa. A última coisa que você me deu.
Beijos misturados a lágrimas dilacerantes. A primeira imagem que você me passou, foi que sempre iria me amar. Decepção me toma, penso logo esqueço. Caminho sobre as calçadas duras. Imaginando você sendo meus lençóis. Tentando encontrar as lembranças. Não se preocupe eu apaguei todas. Existem só trapos de você em mim. Estes que não consigo jogar fora. Eu não vejo a parte em que ganho alguma coisa com isso. Não houve mentiras, pequenas e resolvíveis brigas. Olho o relógio central do centro. Cinco horas e o céu desbotando de azul para um laranja vivo. Muito bonito, mas não me atrai muito. Hoje em dia pouca coisa me atrai. Já tentei um outro amor. Mas amores são paixões que queimam e apagam fácil. Pelo menos é isso que se passa em mim. ''Oh foi um roubo'' foi isso que pensei agora, roubaram grande parte dos meus sentimentos. Sou forte o bastante para me tornar inútil para todos. Pensamento idiota. Pareço nunca chegar ao meu destino. Estou pronto agora. A ponte não é tão alta, o sol não vai me queimar por dentro. Mas ele me corrói por fora. E eu caiu em queda livre. Estar fora de casa é assustador. Mas eu estou me comportanto bem . A queda é rápida . Sou puxado por cordas para poder pisar num chão firme. Não quero sentir firmeza de nada. Gostaria de apenas dormir eternamente e, quem sabe acordar sentado em uma nuvem de algodão doce.

Paixão Instantânea.




A quanto tempo não a vejo, veio minha tia com grande regozijo mostrar a todos sua nobre sobrinha, me contou em alto que brincavámos quando criança e, finalmente sua foto chega em minhas mãos, seus olhos marcados de preto num tom cinza e branco da foto, faziam com que meus olhos não cansassem ao ver seu rosto de boneca de uma menina rica de reinados distantes do meu. Fiquei alí a aprecia-la. Os dias, as sete semanas,
para todos os pensamentos eu traçava um novo plano para vê-la; Você me tirou do chão, quanto mais eu luto para esquecer vivo a odiar seu rosto longe de meus toques, acho que não sou tão forte agora. Cada lágrima sufocada por alguma esperança tola...
Você poderia ser minha?
Meu coração não suporta a espera,
um a um os planos vão aumentando parecendo possíveis.
Preciso dançar nessa chuva vendo seu rosto desbotar para sorrisos,
Você poderia estar aqui agora ? Receio que não.
Cada gota caída é uma história incerta do que pode acontecer amanhã, mas eu escuto atento a todas as elas, esperando que em alguma delas não haja um você sem mim.
Talvez o mundo seja pequeno mesmo, fazendo com que entre no mesmo vagão do trem onde eu estou a olhar sua foto, mas isso parece tão impossível. Observando melhor cada detalhe da fotografia, sua irís parece um mundo negro onde as sombras vagam sem vida, escondendo-se de algo, ou podem ser olhos negros por fora, mas que por dentro guardam toda a luz que eu preciso.
Pequena boneca, me fale de sua vida, me conte suas tragédias, me fale de seus amores...
Preciso sentir a vida voltar ao eixos...
Você me parece um sonho que não consigo acordar, um doce pesadelo, não posso ver, sentir ou saber sobre você mas, eu a guardo sempre em minha mente.

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Visão de fora.




Ela segue só
Numa rua conhecida,
Sentindo o aroma familiar de casa
Mas ainda continua perdida,
E já não sabe como voltar

Ela chora pelas rosas feridas
Sente que se esvai de si a vida
E eu sinto uma dor infernal
Não mexo os pés fico onde estou
Estou a ver ela de um terminal

Tinha um rosto tão bonito, rosto de atriz
É uma criança perdida e infeliz
Me surpreendo vindo logo um alívio
Uma mão que a puxa e no rosto um sorriso

A pequena menina dá um abraço na mãe
chora ofegante em seu colo soluçando
Ela lhe aperta a acalmando
e as duas começam a andar com passos calmos para casa.

_





- Atendo aos pedidos do sol e da lua, torno-me um ser de asas pequenas e bonito aos olhos, chego a contar aos astros sobre as histórias da terra, eles estão tão longe e pouco sabem sobre o que acontece por aqui, então eu sou uma informante das coisas terrenas; Eu te visito em seu sono, estou a descançar perto de sua cama, ouvindo tuas palavras que saem quando você dorme, fala dormindo e fala muito, dou um beijo pausado em seu nariz e vou embora, as noites que fujo e que vou te ver, isso sem ninguém saber. Volto a ser humana, volto a fazer as coisas corriqueiras da vida, retorno á teus braços e te escondo a verdade, escondo de ti que sou borboleta a noite, que vejo você dormir, não isso não é mentir, é só um segredo meu...
Um dos muitos, um dos vários.

domingo, 12 de julho de 2009

Alice Belle e o Senhor Bigodes.

Os olhos verdes faziam alarde no canto da sala
Estávamos só a observar as conversas soltas
Só nós dois e o silêncio habitual deixava faltar a fala.

O gato preto sentou a meu lado e olhou para mim
Acariciei sua cabeça e o elogiei
Senti que caía-me um sono profundo e por fim fechei os olhos.

Quando dei por mim vi um coelho andando apressado olhando as horas
num relógio fajuto que lhe dizia o tempo errado
O céu ainda claro e ele dando horas a mais.
Ri do pobre coelho e fui andar sem rumo pelo lugar feliz.

Olhei para o Senhor Bigodes, o gato preto que citei
De pêlos macios e olhos coloridos,
- Mas que Diabos Belle o que faz aqui? - ele me pergunta num tom casual,
amigável, não me surpreendi.
- Oras, não sei conte-me você Bigodes o que faz em meu mundo?.- Cruzei os braços, ele me pegou pela mão e fomos andando
por uma estradinha de terra,
-Oh droga!
Olhei meus sapatos brancos que estavam pretos agora
Bigodes riu alto acordando uma rainha zangada que gritava com
cartas atrapalhadas que pintavam aos choros as flores das árvores de vermelho
Olhei cheia de dó para as cartas, mas continuei meu caminho com o gato falante.

Bigodes usava um terno lindo que lhe caía muito bem
Só não gostava de seu jeito estúpido de ignorar o que eu perguntava
Questionava eu sobre tudo? - pensei.
Vi pessoas loucas tomando chá então notei algo.
- Meus Deus o gato sumiu!!! - Começei a procura-lo e disse: apareça Bigodes não estou brincando.
De repente acordo, todos os olhos da sala em mim,
uns diziam querida o que você tem? Quem é Bigodes?
O gato miou e foi para o lado de Felix,
Odiava aquele bruxo de poderes horrendos,
me deixando passar por Alice,
Desculpei-me e fui deitar em meus lençóis sádios,
Os olhos de Félix me confundiam,
Era de um verde tão vivo...
Balançei a cabeça e deitei, ''Bigodes'' veio miar em minha cama,
trazia na coleirinha vermelha um bilhete
'Querida Belle,
lhe cai muito bem sapatos pretos de terra.
Não seja desastrada da próxima vez
Durma quieta e serena, aproveite os sonhos
Essas janelas compátiveis a nossas vontades são raras de se possuir
E sim, você pergunta muito sobre tudo
Atenciosamente Félix'
Sorri aquele sorriso bobo, bestificado pela sulidez do amor...
Ou simplesmente queria matá-lo,
Depois? Depois foi só mais sonhos mas nada de mundos fantásticos...

Dilacerando-me.

Invoque os anjos,
Eles chegam com suas espingardas cheias de luxúria
Minhas lâminas passam em movimentos rápidos pelos
meu olhos afim de defender-me deles,
Estou cego de amores
Suas enormes asas negras, suas capas pesadas não são levadas
pelo vento,
Não consigo sentir medo, voaram até mim, acariciaram minhas
feridas,
Não me olhavam nos olhos, salivavam pelo meu sangue
Então senti desejo por cada um deles,
Olhei de soslaio para o túneo atrás de mim mas
eu não queria fugir
Queria apenas não sangrar,
Gostaria de que quando os anjos me beijassem
não abrissem mais dez buracos em mim,
Pensei em correr mas eles me puxavam
Eu não recuava nunca, sofrer alí parecia excitante,
A dor e o prazer andando juntas como eu jamais
havia sentido,
Fechei a vista com um deles passando a língua
pela minha pálpebra,
Sabia que se abriria um buraco mas eu não me importava
Já estava preso numa tormenta celestial eterna.

Canção da amargura.

Pedimos que fizessem com que
ela se sentisse tão mal, doente em sua cama seu corpo tenta repouso.
Eu preciso tanto de alguém aqui...
Pareço estar rendido á você
Mas só preciso me aquecer do frio
Imagine um lugar vazio mas cheio de
pequenos quadros,
você é todo o sentimento dentro de mim;
Eu não consigo tocar fogo na insegurança,
vou me agarrar a você como a um bote salva-vidas;
Estou obcecado pelos seus lábios, eles deslizam sobre mim antes de dormir
Eles sempre sussurram baixo o que eu quero ouvir e
depois vem seus olhos negros chorando arrependimentos sobre minha blusa
Então eu finalmente durmo;
Constantemente sonho com você, seus olhos pausados nos meus...
Minha garganta é corroída pelo medo de dizer
Que eu não pareço estar rendido por que eu já sou seu,
minha língua prende e eu te aperto a ponto de
quebrar seus ossos frágeis,
Provamos pouco do que pode se dizer amor
Mas eu vou continuar florescendo,
O que se sente jamais morre...
Mesmo você falecendo para a terra eu serei sua vida dentre os mortos.

Mundo Encantado.

''Mais uma vez estou aqui, sem saber quando irei sair...
Ao certo nem sei se quero sair.
Um sentimento estranho, simples mais ao mesmo tempo complexo, que não tenho como descrever.
A cada letra uma palavra, a cada palavra um novo sentido, a cada sentido vários momentos e cada momento trás consigo varias experiências, que se renovam a todo o momento.
E assim mantém acesa a chama da busca.
Nesse mundo onde o impossível torna-se realidade.
Castelos e Princesas, misturando-se com maquinas e robôs. Viagens ao passado, presente e futuro, ou até mesmo ao nada, sem medir o tempo ou o lugar ao qual desejo ir.
E nem preciso ir muito longe, tenho um mundo em minhas mãos. Viagens, sem sair do lugar, para mente é algo fácil,
Podemos imaginar varias formas, em varias direções. É como uma janela, quando se abre temos milhões de coisas a observar, podemos imaginar cada coisa de uma maneira, nos aventurar em saber se aquilo é o certo ou o errado.
Num fascinante mundo, onde o pensamento toma rumo num caminho sem fim.
Acho que quem começou com tudo isso foi um louco, mais o verdadeiro lúcido entre os verdadeiros loucos. Não via apenas um mundo, e sim, a variedades de mundos existentes dentro do mesmo.
E resolveu escrever sobre o que via, não para provar algo, mais apenas porque queria escrever sobre esse fascinante mundo. E assim crio esse mundo, que contaminou a todos como uma epidemia, a qual ninguém ousa buscar a cura.''

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Discurso em demasiado.

Você sabe quando caminhamos juntos olhando
as enormes montanhas russas,
Sim sua cratividade me faz desistir de amar você
e começar a ser somente sua parceira de conversas antigas
Olhar seu rosto hoje me deixa tranquila,
eu poderia ter sido um grande problema na sua vida
como sei que sou até para mim!
Doces, algodão doce,
comece a me falar sobre seu dia, mexa no cabelo
e sorria este sorriso matinal.
Eu comecei a cair de vez em seu jeito, e sabe que agora
não importa quanto tempo eu o tenha,
Não, eu não quero me importar...
Andei sendo uma garota má, menti muito para mim
reflexo do diabo, não sabendo hoje quem sou eu,
meras coisas a serem ditas,
pego meu café que são os anjos e o leite que é o amor
Está cedo demais para irmos para o paraíso
infernal terra, babilônia de sonhos confusos
Não quero viver sempre e sempre
reduzindo a capacidade mental, aumentando os dias amenos
O céu é só um playground onde viveremos eternamente a mesma coisa
pelo resto de nossas vidas mortas...
Até que um dia, de saco cheio
de tudo nós iremos querer explorar o que não se pode
querer então
Ele cortará nossas asas nos mandando para o fogo,
e para baixo nós vamos...
Mas isso é só um mito que te assusta e te corrompe a fazer o que
está escrito, quebre as regras, seja imaturo, seja birrento.
Não eu ainda não estou no tempo de me importar muito...
Vamos ver se um dia eu me arrependa do que faço.

Necessárias desculpas ao botão branco.

Quebra-se um botão de minha blusa, achei divertido deixar que ele se acostume a
estar quebrado, não doeu ele me disse assim envergonhado, depois começei a pensar
como ele havia se partido em dois.
Lembrei de ter rolado na cama e lembrei também que ele a algum tempo estava
com uma rachadura,
OH MERDA, a culpa é minha
procurei a blusa preta de cerejas violetas e dois botões brancos , um deles é você
o outro botão vive a felicidade de estar inteiro e conversa o dia todo com a linha
que o envolve...
Chorei alguns bocados, limpei as lágrimas antes que elas começacem a inundar meu
quarto e sujar tudo, eu não saberia limpar tudo aquilo,
não sei fazer nada. Pobre botão branco, lastimei realmente triste...
Com carinho peguei minha blusa e me pus a falar, disse que o deixaria ali
por que os fios ainda o seguram na blusa então ele me parece útil;
Sorri ao ver que ele estava feliz de continuar comigo, perto, tão próximo de meu corpo
sentindo o que eu sinto, falando e respondendo ao que eu digo.
Não serei mais tola, não dormirei mais com você o que acha?
Quando me viro lá está o botão envergonhado de novo,
Mas eu já estou quebrado que risco teria?
Olho os furos que são seus olhos e penso, é mais que necessária
minhas desculpas á você, então para o nosso bem
não podemos estar assim tão próximos,
não quero mais pedaços de você por aí.
Ele parecia aceitar a condição e me parece que tudo seguiu bem,
agora tenho um botão em dois, de vez em quando um lado deita sobre o outro
e fico imaginando se não são asas que querem voar.

terça-feira, 23 de junho de 2009

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Fizemos de tudo para que o hoje o dia funcionasse bem
Colocamos nossas roupas de banho e pulamos na piscina
de águas confortáveis
Parece que tudo fica mais lento quando nós lembramos
das conversas de anos atrás e nem são tão velhas assim...
É como se nos conhecessemos a décadas
ou, por um longo tempo incontado, indeterminado
Deixei-me levar e agora o tempo passou rápido demais
Desmanchando nossos sorrisos abobalhados
Nos olhamos e acho que pensamos o mesmo,
Correndo rápido pelo verde da grama, a cor estava
viva em meus olhos,
os coqueiros dançavam ao vento, cabelos soltos voavam
leves no ar e o frio começava a congelar os dedos
a vista do céu claro sem nuvens favoravelmente azul,
dava a certeza de que não iria chover no resto do dia...
Ficaria só as sobras do sol quando começasse a cair a tarde,
e ficou os abraços de despedida seus,
Hoje se eternizou tua companhia em minhas lembranças bonitas!

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Carnaval em fevereiro mas antes... janeiro primeiro.

Não sei o que lhe falar
Mas o pouco que posso lhe dizer que a tarde arde
Fervendo nossas alegrias
Amigas que são boas pras putarias
Olhando a paisagem por inteiro
Nada melhor que carnaval em fevereiro.



Sonhos de ilusão.

Satisfaça o desejo sublime
Ser que paira no ar em minha frente
ouvindo os sussurros que chegam leves e cansados...
Mãos atadas, eu perdi o juízo
As letras saem como crianças saltitantes
Sem rumo pelas linhas tortas
Eu achei o canteiro das rosas e
Assim pude perceber como os olhos
cintilavam a espera de um sorriso
Sim eu perdi o juízo ontem hoje e sempre
Acho que nunca o tive e não o terei.
Corri por dentro da mata,
colhi as flores, afoguei pensamentos nos lagos
Pedi a mim um pouco mais de paciência para apreciar tudo
Não sabendo eu que tudo nunca acabaria
Eu morreria sem a paciência
Mas estaria em paz comigo
Sem saber é que eu é que estava no ar
a tecer um céu num inferno contente.

Aquele seu jogo favorito.

Sabe eu comecei a olhar suas pernas enquanto dançava
e pensei é melhor eu me sentar,
você veio e me disse boa ideia!
Eu adoro o seu jogo divertido
Você engana meu olhos quando
mexe o corpo na música eletrônica,
as luzes não me deixam pensar direito
Só vejo seu vestido vermelho escarlate
chamar a atenção de todos,
Achei que estava com uma paralizia total
até perceber minha perna tremendo...
O ambiente não é dos meus preferidos
mas não importa o lugar, estando com ela tudo pega fogo
Eu adoro o andar, o cabelo nesse loiro vivo,
a maneira que olha para mim seduzindo-me.
Secando minha vida a cada passada de olhares por mim
Estralando os dedos no ritmo da música
Olhei o rastro de suor pelas suas costas nua,
Fiquei aceso de desejo,
Mas ela sempre me apaga indo embora
Depois retorna não me alimentando,
Só deixando-me mais sedento dela...

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Jan Vandirne.

A fome começa a me atacar, e eu não tenho mais livros para comer
cerébros para guiar ou garotos para enganar,
divertindo-me na sombra, a descosturar os vestidos de bordas finas
e costura cara,
Ele chega cheio de malícia com seu perfume antigo e seu olhar indiscreto
Olhos trazendo um olhar vagabundo, ar de rapaz cortez, roupas de saltar
os olhos das moças burras desde reinado tolo.
Levantei a vista e mirei sua cara (nojenta) curiosa a investigar o que eu estava fazendo
(aprontando), começei a franzir a testa com aquele silêncio,
Mãos atrás das costas e olhar investigativo, levou o dedo ao queixo e disse-me:
- O que fazes no chão de teu quarto? rasgando roupas caras e raras feitas só para ti Jan?
Não queria responder não tinha de dar satisfação a ninguém por que daria a este?
minha língua viva resmungou palavras soltas e alinhou uma frase:
- Estou entendiada meu Senhor.
Baixei a cabeça como reverência (que eu odiava ter por pessoas que não merecessem tal atribuição) pois ele era filho de um renomado rei, seu pai era divertido mas nem um pouco humilde, e este aspecto me irritava.
- Cara donzela... - ajoelhou-se para perto de mim- por que me maltratas a alma?
Tocou em meus cabelos e seu perfume endiabrou minha raiva, levantei com ar de diabo, saí calada dando pisadas de elefante afundando a casa de Tia Georgia.
O que mais me irritava nele era achar que podia ganhar o mundo e com ele , eu,
Era ridículo pensar assim, estava pensando e gesticulando para todos os lados, esbarrei em Tio Candido
- Oh tio, sinto muito, derramei-lhe a bebida sagrada
Tio Candido riu, um riso solto e leve, enquanto eu me perguntava o porquê disso, me virei e fui andar pela casa; faziam um bom tempo que não via meus tios então voltar onde passei minha infância era voltar a ser criança assim naturalmente, tudo era perfeito na casa de minha tia, meus pais sempre me mandavam para lá nas férias e as vezes no ano novo, eu adorava subir nas telhas, mas sempre que eu fazia isso o filho deles falava que não era coisa de menina fazer isso, então nunca mais subi.

Bradin era o garoto cobiçado, cabelos e olhos claros como o dia, a pele parecia seda, o sorriso demonstrava sempre aquela certeza de que ele estava certo e na maioria das vezes estava mesmo. Tia Georgia sempre mimava Bradin com presentes, então quando ele cresceu quis tudo e teve tudo, assim nada era limitado tudo tinha de ser a seu jeito; todas as mulheres que quisesse, tudo estava a sua mão e todos queriam ser ele, todas queriam ele, mas Bradin não fazia o tipo que me agradava, sarcástico demais, arrogante ao extremo, não! definitivamente não .


-
Estava andando pela casa de paredes brancas com detalhes dourados, os quadros nas paredes cheios de detalhes eram tão bonitos aos olhos...
Nas grandes janelas cortinas de seda deixavam o sol dançar dentro da sala, eu estava nervosa, tinha acordado muito tarde, me veio um medo de todos já estarem acordados tomando o café da manhã, ou me esperando o que seria pior ainda.
Chegando na cozinha, ninguém
- Oras, onde foram todos?- pensei confusa.
Escutei lá fora barulhos de risos, eram meus tios e meu primo, todos estavam se divertindo tomando café, fazia muito tempo que não vizitava o jardim, estava perfumado pelas rosas que cercavam a mesa, o gramado estava lindo, muito verde, o chafariz com um anjinho jorrava água que fazia um barulho engraçado aos ouvidos, depois da distração fui ao encontro da mesa farta.
Assim que chego começa uma ventania fria, meu vestido fino não me aquece do frio, meus cabelos voam leves no vento, só consigo ver o rosto sereno de Bradin a olhar-me parada esperando que tudo aquilo passasse. Me recomponho rápido, sorriso sem graça nos lábios, olho para meus tios, sento e me desculpo pela demora...
-Ah querida você está cansada da viagem.
-É Jan, senti-se e aproveite o café.- e lá estava aquele sorriso lindo de Tio Candido, um corpo velho mas uma alma tão rica de juventude, chegava a me espantar, queria ficar velhinha e ser como ele . Não havia notado o outro ser naquela mesa, só três pessoas e estaria ótimo, veio abrir aquela boca nojenta pra dizer algo.
-Quase que o vento leva.- e riu, aquele riso debochado, de cabeça baixa sem me olhar nos olhos, quase me retirava da mesa quando minha tia disse que não devia rir assim de uma donzela como eu, agora o riso era meu, fiz de seu riso meu riso, e comi satisfeita, comida ótima aliás.
A manhã estava bela, mas atrevo-me a dizer que o que a tornou perfeita foi o garoto que chegou fazendo honras a nós que estávamos sentados terminando o café. Me surpreendi vendo que sua vista parou bem na minha, sorri casualmente, Tio Candido terminava sua exaustiva e oprimida (e chata) história de toda a sua vida, esta que eu sabia de cor, meu tio riu para o jovem e o convidou a sentar-se, mas este logo disse que queria falar com Bradin que já dormia na cadeira, dormia de tédio, pobre de meu tio, gostava tanto de contar sua história e recebia isso do filho, raiva me enchia.
Me retirei da mesa, fui andar a cavalo, fui olhar os rios que tinham perto de nossa casa, tinha de me movimentar, era tudo muito tranquilo, eu não estava acostumada a isso, mas sem problemas, não chegava a ser um incomodo, só não era muito divertido.
Eu estava respirando um ar muito mais puro, amanhã seria outro dia em que o sol tocaria novamente meus olhos, e eu vou estar nesse lugar tendo um conforto matinal, agora estou esperando só as estrelas a noite, porque é muito lindo, nos sentamos lá fora e ficamos a conversar, sempre fazemos isso, e hoje vai ser o melhor dia, vai ter aquele gosto de recordação,
vai ser sempre guardado comigo, com carinho.

A Cura

'Teu humilde sorriso acalma a horrenda tempestade de sentimentos, que arrasta-os por caminhos enfestados de feu e espinhos que não mais compartilham a beleza das rosas.
levanta meu rosto e beija minha boca, suavisa minha dor, cura minhas feridas me guardando em teus braços,
agora deita-me em tua cama, me agasalha em teu lençol e fala pra mim que vou viver e conseguir te ter por mais mil anos.'
  .Micael Candido Moura

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Prendo-me á Goethe

Eu sou Mephistópheles. Mephistópheles, é o diabo. E todos vocês são Faustos. Faustos, os que vendem a alma ao diabo.
Tudo é vaidade neste mundo vão, tudo é tristeza, é pop, é nada. Quem acredita em sonhos é porque já tem a alma morta. O mal da vida cabe entre nossos braços e abraços.
Mas eu não sou o que vocês pensam.
Eu não sou exatamente o que as Igrejas pensam. As Igrejas abominam-me. Deus me criou para que eu o imitasse de noite. Ele é o Sol, eu sou a Lua.
A minha luz paira sobre tudo que é fútil: margens de rios, pântanos, sombras.
Quantas vezes vocês viram passar uma figura velada, rápida, figura que lhe daria toda felicidade? Figura que te beijaria indefinidamente?
Era eu. Sou eu!
Eu sou aquele que sempre procuraste e nunca poderá achar. Os problemas que atormentam os Deuses. Quantas vezes Deus me disse citando João Cabral de Melo Neto: "Ai de mim, ai de mim.Quem sou eu?"
Quantas vezes Deus me disse: Meu irmão, eu não sei quem eu sou.
Senhores, venham até mim, venham até mim, venham. Eu os deixarei em rodopios fascinantes, vivos nos castelos e nas trevas, e nas trevas vocês verão todo o esplendor.
De que adianta vocês viverem em casa como vocês vivem? De que adianta pagar as contas no fim do mês religiosamente, as contas de luz, gás, telefone, condomínio, IPTU?
Todos vocês são Faustos. Venham, eu os arrastarei por uma vida bem selvagem através de uma rasa e vã mediocridade, que é o que vocês merecem.
As suas bem humanas insaciabilidade, terão lábios, manjares, bebidas.

É difícil encontrar quem não queira vender sua alma ao diabo.
(Goethe)

sexta-feira, 12 de junho de 2009

_

Pensas mais um pouco.
Pensa que a vida é louca e os amores tortos,
pensa que a porta é cheia de mistérios.
Pensa que detrás dela está eu.
Eu que te espero.
Mas não demores, não pense muito, por que eu também vivo pouco.

Doce vingança querido.

Sinta meu abraço de serpente
Sua cama é assustadoramente sexy
Não minta, você mente
Onde vou esconder o resto de você?
Não é difícil não fazer você sentir seu coração
depois que eu arrancar ele
Já se foram as pernas e os braços
Você tem algo a dizer?
Vou tirar sua boca fora e rezar para que
ela não diga aonde você está
Não eu não sinto medo, não eu não sou superficial
Sua cama é assustadoramente meu lar
agora ela está multi-colorida
Tão sem vida
Sim você era a vida em cima dela
Você continua com esses olhos tristes?
Oh por que?
Eu estou te fazendo mal?
vamos abrece-me
Que pena você não pode,
Não pode correr e tentar se salvar
Não vai escapar como sempre fazia
Você dá trabalho mas eu sou forte
Meu estômago nunca embrulha
O seu está embrulhado como presente
Lindo, morto
Não eu nunca sou má
Vivo pela vingança
E eu mordo minha língua sempre que digo
que não vou te matar,
Enfim ela não sangra mais
Ela agradece!


    

Fotografia.




O céu está tão claro
Isto daria uma bela fotográfia...
e foi o que virou
Vira e mexe eu caço ela por aí
Vê-la ainda me faz sorrir
Acho que cansei, cansei não foi?
Pergunto para o meu reflexo no espelho
E nada acontece, então só vou sorrir para você
afirmo virando para olhar a foto presa na porta
Foi no dia que eu descobri
o laranja mágico desbotando para o azul angelical
Pensei em suas mãos aproximando-se das minhas
mas nada aconteceu, a distância é muito grande
Porém esta noite eu vou sonhar com você
de novo e de novo,
Sonhos são represas d'água
Molham a saudade toda vez que ela tenta te apagar de mim
Sim eu preciso de um amigo e um amante como você
Mas você não está precisando de mim,
A imagem do céu amanhecendo me faz sorrir tanto
Sempre que paro qualquer pensamento
Eu me sinto em paz
de novo e de novo.

Passado e presente no agora.

Como podem os corações se enganarem tanto,
hoje me lembrei assim num momento vago ouvindo uma música melosa
e triste, eu cheguei a ver nos meus olhos quando o meu sorriso era seu,
Quando eu fazia questão que fosse, não poderia eu me prender a ninguém
já que até meus ossos eram teus;
Quando trocávamos palavras doces, que não enjoavam, que me fazia
quere-las mais e como fui tola, pior ainda sou
Devia já ter apagado isso da mente a muito tempo,
e apaguei, elas retornam e eu as mato,
eu apenas rejeito de forma cruel e insana ou faço de conta que
que nunca nada foi meu, nem você, nem o que eu sentia.
Um contexto irreal, coisas impossíveis de se durar mas foi verdadeiro, inalcansável mas desejado, hoje depois da lembrança
eu fecho os olhos e penso em outra coisa, penso que há alguém
agora que me faz bem, alcaço e sinto saudade se não vejo,
ou quando está longe, ou quando não brinco de namoricos com este;
Sentir é passageiro acho que fazer durar o sentimento é que me
parece complicado,
Mas não sei eu aceito todos assim de bom grado, sem olhar detalhes,
beleza, conteúdo...
Aceito companhias masculinas , femininas ou duvidosas
Porém rejeito se as mesmas também não fizerem questão de mim,
mas se todos se aceitassem aí sim seria bem estranho.

Pensamentos Soltos.




Fui para o lado de fora do que chamo ser minha casa
O dia extressante parecia não ter fim
Fazia tanto tempo que não sabia o que um cigarro
Tomei coragem e acendi um
A fumaça tomando conta de mim, cuidando da minha raiva
Logo ela saía e entrava como visitantes agradáveis
Parecia relaxante, mesmo sabendo que meus
pulmões gritavam por socorro
Parecia que o cigarro era infinito
Mas acabou,
fiquei olhando o resto da grande fumaça
que saia de minha boca como uma nuvem chuvosa
Como uma nuvem de gás carbono
Ou seria a fumaça ruim que deixou melhor o resto do dia?

R E V O L T A.

Afoga esses desejos nessa jarra de suco
Engole esses teus elogios perfeitos
Meta na boca uma agulha cirúrgica
E nunca mais volte a me ver
Te desejo sorte, te desejo glória, luz ...
Mas brilhe longe daqui, seja sortudo para
outros, aqueles que te ergem como divindade
e adoram teus feitos;
Põe esse orgulho á venda, liberta esse corpo cativo
de miséria, cura para sempre essa ressaca e
morra nessa chaminé de fumaça
Não me lembre de ti, não me mande flores
elas não valem o que tu és
Não volte, vá!
Para sempre e sempre amém, se precisar for
viro religiosa, ou melhor, vou ser freira,
vou ser monge (pena não dá) vou ser eu em outros,
em diversos lugares, vou apagar-me .
Você anda merecendo ser desprezado só por ser,
só por que eu não suporto mais,
Só por que eu nem sei se aguento não te ver;
Te mando embora, te mando ir pro Inferno
Mando que Deus cuide de ti
Ou viro ateu e mando você não crer
Não crer em nada que digo,
Eu sou louca
Eu que não mereço nada...
Vou ao médico procurar a tal agulha cirúrgica pra mim.

Fim.

Começa os ventos, a tempestade de idéias são seus olhos e este
perigo aceso que se diz tua boca...
Deitaste sonhos lacrimejantes que viraram fontes,
selvas e matas verdes, onde derrete-se eucalípto na língua
feiticeira da meretriz;
Risos e passadas de olhos devassos, o ardor do suspiro, a
forma como lança os beijos a multidão calada...


Começa enfim a sessão da tarde, sento os pensamentos e
estamos todos conversando até o deitar do sol,
Já extintos estão os beijos e tal qual a multidão, perdendo
a noção, minhas roupas começaram a não gostar mais de mim
...Até elas me abandonaram


Enquanto elas se vão teu corpo me cobre como um manto
Quebre-me e venha me refazer melhor
Sua voz sussurrada, leve e simples faz chorar,
me afoga em mim só pra matar as dores invisíveis a olho nu,
Só eu as vejo e sinto.
Formou-se um oceano no centro da floresta tropical,
por que o verde não é tão verde agora
Se não for pra ser você que vai me ajudar, quem vai poderá
me refazer afinal?
Talvez eu me desfaça de mim.

terça-feira, 9 de junho de 2009

Soldado Ferido.

Profundamente em coma
é o espiríto de quem luta demais
a espera pelo que já se sabe.
Profundamente perdido
É o duelo mais longo destes últimos anos,
é descobrir o que se torna...
saber que por dentro
cada suspiro é uma lágrima.

Isto é paixão, talvez amor.




Eu que sussurro baixo dos telhados da tua casa
como gata sorrateira, como quem aparentemente não quer nada.
Eu que durmo esperando algo chegar,
uma ventania que me faça voar
porém eu não consigo ir embora
Então voamos juntos por dentro da noite;
Você poderia largar esses seus pensamentos
e se importar mais com o que realmente interessa.
Os neurônios queimam por que são lâmpadas já gastas
que eu precisava trocar, mas você fez o favor de quebra-las
fazendo meu raciocínio funcionar.
Então planos e devaneios são parte sua,
a minha é ouvir e recusar,
Pareço ser do contra mas estou sempre a favor da gente
Estou sempre a dispor, a linha telefônica pra você está sempre no gancho
pra que ligue sempre que pensar que estou esperando que ligue
Bobagens que o tempo apaga, são fases diz ele
sempre dizendo o que se passou no seu tempo
Eu aqui, calada
fazendo caras e caretas por isso
Ele sabe que me agrada e espero poder compensa-lo no agrado meu Senhor que semeia
flores no meu canteiro.


Como pôde fazer isso comigo?
alimentando a minha alma,
deixando saudade
Fazendo as lembranças tuas fazerem moradia
em mim
E eu enjuei de dizer Belos Lábios,
lembro de dizer muito a você...
Lembro de obrigar você a me olhar nos olhos,
olhar fundo,
preso no meu;
E os dedos de prosa que prosamos
Os beijos que degustamos tão silenciosos
saboreados como frutas frescas,
As conversas revirando meus sentidos totalmente perdidos de
irresistíveis e delicadas pitadas de paixão
e aquele sal que eu toco sempre com vontade e levo aos lábios
este será o passo do beijo exato,
O choque de duas bocas antes perdidas...
Sempre que me visita num sonho bom
retorno a ver o rosto de antes e
os carinhos vem a mente,
Será um péssimo fim se eu me atrasar sempre
Se eu recusar teus pedidos doces e amargos
Gosto do presente e você também,
vivê-lo e aproveitar-se sem dó dele
Matar este de tempo em tempo, abraços e laços feitos
Me prendi a você assim de repente
desse jeito completamente.

domingo, 7 de junho de 2009

Eterneli.

Pensando debaixo das árvores
Sufocando o resto dos meus dias
Diárias conversas de confecionário
Seus lábios dizem palavras maleáveis
Outras de dicionário, outras estrangeiras;
Girando no circulo intenso da vida
Folheando um velho livro sentada no vento
Arrastando minhas mãos pela grama
Desejando que estas se espalhassem sem direção pelos seus
cabelos negros como a noite
igualando-se aos seus olhos negros como as sombras.
Abre-se um mundo no céu de Sofia
Sofia é feliz e curiosa, esperta e nervosa
Reconhece a música, dança fácil,
movimenta os quadris lentamente num embalo juvenil e sedutor...
Pairando sobre minha vista seus olhos
Ele está parado na ventania, o relógio não é fiel as minhas vontades
Como queria ser Sofia, tocar os ponteiros do relógio e
horas serem inexistentes,
Seus dedos se entrelaçando-se nos meus,
para uma dança eterna, simples, terna.

Eu e você.

Chegamos ao limite das frases feitas
Não é como olhar em seus olhos e rejeitar a verdade
Somos parte de uma mesma moeda num bolso mendigo
Eu digo todos os dias por favor me ame mais
antes que desapareça a sanidade de mim
Antes que já não haja santidade em meus pensamentos
E orações em meus lábios.
A chuva que caiu o dia todo ainda traz
vestígios de alegrias em nossos sorrisos, nossas lembranças
A tarde nunca foi tão agraciada
Desbotando nossas vidas, borrando seu batom
Desejos molhados
Maçãs estampadas em nossas camisetas
Frases do tipo, vá uivar debaixo da lua,
beije sua esposa e sorria. Andei procurando
ler o que você lê, ver o que você vê
Sentir como você sente, perguntar e inventar como você
Então descobri uma pessoa não muito humana
de tão imperfeita, não tão normal
Muito louca por assim dizer, bicos e birras de uma criança doente de carência,
e o melhor de tudo, essas qualidades combinam com você
Essa sua paixão doentia pela preguiça diária,
Pelas músicas, por si, tudo é muito você.

sábado, 6 de junho de 2009

Pedaços de conversas inúteis.


Um pedaço de verde, um resto de rosto,
Uma língua dançante dentro da boca.
Quero que se foda os olhares que mais parecem magos tentando
desvendar o que tem por dentro de você,
dane-se os sorrisos falsos,
Da droga que te condena ou que te seduz,
Dos garotos que te abandonam quando o que
você sente por eles nunca morre.
Deixe-se ser um pedaço de tudo:
seja o meu café adocicado, ou a mistura do leite
e chocolate na xícara de porcelana,
experimente ser o que ninguém é, ler o que ninguém lê...
Ninguém lê os ventos quando eles passam devagar sobre as pernas
das pessoas que andam sem rumo (ou realmente sabem onde vão) no centro da cidade.
Eu escuto uma música e fico dou uma tradução errada
só pra ver como se encaixa,
Não seja igual a mim, mas tente fazer o que eu digo.
Sejamos todos o verde da folha presa a flor, vou ser o meio rosto na foto
e você será a outra metade de mim, a língua pode dançar junto á sua
(somente se você permitir) e por fim,
Eu vou ver a tradução certa da música agora!

O que fazes comigo.

Sua boca molhando a minha numa tarde quente
Seu corpo desejando meu corpo sadio
Eu quero sugar sua pureza
Você não consegue viver sem mim
O violão o som e a musica
Tudo é para você
Quero morder seu ego
Quero arrancar seu desejo
Você sempre tira minhas roupas
E eu não entendo porque
Vou tentar não resistir.
Puta,
Deite seu amor em meus delírios
As lembranças suas enquanto miro a varanda
Sempre que acordo você já não está aqui
Me vira do avesso e bem cedo vai...
vai levando tudo de mim,
Meu dinheiro, meu cheiro, meu coração
doente de amores por você!

O menino do sol.


Ruas vazias mas cheias de vento,
em casa devia estar chato, então ele se senta lá fora.
De óculos, jaqueta e sapatos gastos
Ele espera o sol e este chega queimando-lhe o rosto
O mais engraçado em ver aquela cena
é que ele não se incomoda
Só o que está preocupando são
as nuvens do outro lado carregadas
de gotas indesejadas
Que espantariam os raios solares quentes;
Eu perdi a noção do tempo olhando ele se deliciar com
uma coisa aparentemente insignificativa
Ora tem sol todos os dias (menos quando chove ou quando está nublado)
E quem disse que ele se importa?
Eu poderia fazer uma rima do tipo
Diga aos garotos esquisitos que eles precisam
tomar sol diariamente como você
mas isso não seria uma rima
seria mais ou menos uma realidade sua, então eu estaria lhe roubando algo,
EU VOU ROUBAR SEU SOL, por que?
porque sou maluca, porque eu não sei que horas são
eu vou surtar assim do nada, arrancar esse sorriso de você
só por querer,
Depois rir e talvez me aquietar, sentar do seu lado
e me queimar também,
mas não me olhe como se eu fosse louca
Eu só queria saber porque o sol é tão importante, ele não é pra nada mim
ele me incomoda e isso te faz feliz
E isso não devia ser assim.

Ela.




Viajei eu, nesses dias, num mundo paralelo e imaginário.
Pairava sobre os olhos dela a calma, o piano arranhando notas, os convidados sentados conversando exaltados sobre a noite.
Abre-se as cortinas vermelho sangue, o silêncio é cortado por sua voz que
entra cantando junto ao piano branco;
não vou apagar aquela imagem, a memória vivia apagando as coisas,
porém dessa vez deixou-me recordar ela.
Pouco a vi e não me desfaço da lembrança
Anjo sem asas, penso que flutua enquanto simplismente anda.
Adoráveis lábios, os olhos contornados de preto percorrem o salão.
Ela deito-se no chão,
encerra-se a música...
Enquanto deita seus cabelos ruivos abriram-se em leque
espalhados, vivos!
Sussurrei a ela:
- Vos digo que este foi o sonho mais perfeito em regozijo pleno.
Ela, olhando-me fundo nos olhos, deu um pequeno sorriso de agradecimento,
O piano arranha as mesmas notas novamente
mas agora estavam todos calados, cada um a recordar aquele
esboço de algum desenho delicado.

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Música do Anime Chrono Crusade.



Daisukito to omou karane kizutsuittari tomadottari
Digo que gosto muito de você apesar de ferirmos
nossos corações com indecisões

Tsumetai hoho wo youseatte kokoro ga umareta
Nossos corações batem fortes quando juntamos
nossos rostos gelados

Itsu mo ima sugu ni aitai
Eu sempre quero ver você em cada momento
Mukuchi ni naru hodo suki-yo yasashisa doushitara mieruno
Eu te amo tanto que não tenho palavras para definir
O que eu preciso fazer para ter o teu carinho ?

Dakishimete motto tsuyoku atataka no mune wo shinjiru yo
Por favor me abrace apertado eu acredito em seu
caloroso coração

Sayonara soritia
Adeus Solidão
Ashita e
Até algum amanhã.

Hoje a rua é sua.

Quer atravessar seus medos assim? Então pare de pensar e passe essa via na contra mão.
Parada as linhas brancas no chão, vezes respeitadas, pisoteadas por todos.
Eu sei que você quer rir de tudo assim em público, foi um caminho tão longo
até chegar a essa decisão...
Não largue os planos agora, essa avenida é pequena para sua vontade de viver.
Não você não pode voar, mas pode fazer seus pensamentos elevar por dentro das nuvens.
Não insista em ficar parada, grite como nunca gritou
Sim a raiva estoura seus pulmões e você mal consegue respirar,
Por que todos os dias você passa por esse lugar e odeia pensar que todos
querem te atropelar;
Odeia o quanto o mundo parece desonesto neste ponto e em todos os restantes
Você sempre pensa nessas coisas significativas, e ninguém entende como isso é importante,
Ninguém entende nada.
Vamos fincar um poste nessa rua e deixa-los zangados, então você passará livre,
sem arrependimentos, sem angustia.
Será o bloqueio da rua,
pena que isso é só mais uma loucura sua!

terça-feira, 2 de junho de 2009

Flagelado da paixão.




Eu encarei o relógio e dei por falta
de uma coisa,
Onde estaria? Onde deixei e qual a última vez que vi?
E assim em cada canto da casa eu procurei, eu sentei no chão e vi o reflexo de minha perna no espelho e realmente, e pela primeira vez não me assustei.
Desliguei-me daquilo e voltei a procura,
parecia impossível de achar, mas eu sempre fui tão persistente,
então fui aos armários, vi debaixo dos lençóis, nas roupas eu procurei rastros,
Nas confusões, nos beijos, nas tranças malfeitas em meus cachos mal arrumados.
eu cansada,
eu perdida,
eu eu eu, ?
Onde está a maldita boca que me perseguia e não a acho?
Preciso daquelas palavras loucas que me fazem esquecer quando já me questionava demais,
preciso das expressões que ela faz enquanto me engata numa nova tragédia,
Sim é trágico, eu queimo cada neurónio com o que você diz,
cada palavra é uma morte e um funeral.
Me sinto um flagelado da paixão,
Roubas a sanidade, a cada encontro roubas mais e mais,
E EU NÃO ENTENDO O QUE TENHO A OFERECER
e continuo sem entender o que levas,
mas sempre que vai parece satisfeito seu ladrão grotesco
Finalmente o que queres de mim?
De repente a boca responde: Roubo tuas horas, teus olhares, teus gestos, sorrisos, birras, raivas, roubo não, tu me dás assim de graça, tua fala vinda em cântico, mostra as asas celestiais,
faz com que mesmo que não te goste, não viva sem ti.
E o pior que fazes é saber que te quero, te quero sem eu mesmo entender.

Movimente-se.



Eu preciso me mover
mova-se comigo agora, vamos nos sentir felizes,
vamos voltar a rua e dançar de mãos dadas, caminhar pelas calçadas.
Levante seu astral e leia meu horóscopo
Cuide de mim por hoje ou para sempre
Eu já estive longe de mais de correr riscos
Você acaba se distânciando do cheiro das flores
e dos brilhantes raios de sol,
Beije aquela amostra grátis de garoto selvagem
saia e dance com aquelas pessoas,
mãos no ar,
Acredite,
eles não podem roubar a liberdade de você,
não sei porque minhas mãos gelam quando toco meus pensamentos,
apenas diminua o freio e deixe a roda da vida gira,
você se sairá bem nesse jogo acredite!

   06 - 04 - 2009

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Nada é tão ruim quanto o que eu sinto
em mim...
Olhe ao redor e as janelas de vidro refletem
o sol em suas roupas,
Você consegue respirar?
Andando em avenidas sem poder
parar e absorver a quanto tempo estou acordado;
Perdido num sanatório sorridente
A cidade é um ninho de rato
Cante para mim e seus olhos
chamam por redenção,
Duas almas se abraçam numa cama
O ser vivo e o pecado,
Nada vai fazer você desistir mas
eu continuarei florescendo
mesmo que seu carinho e atenção
Não sejam dedicados á mim,
Eu continuarei morrendo e retornando
Vou querer metade de uma vida qualquer
para quem sabe assim suprir a minha,
A verdade é que eu matei a vida dentro de mim.