quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Ficções a bordo.

- Do que mais quer que eu fale? - inclina-se o homem a pequena menina de olhos saltitantes de curiosidade.
- Eu poderia falar dos versos pequenos e dos grandes que faço de repente, quando me vem a mente uma vontade de comer doces, ou quando me expresso ou quando me calo, ou quando a aurora sorri em meus dias calmos, ou quando não penso naquele amor do passado que tanto me feriu me deixando, posso-te falar do que sinto agora, das tardes em que sento e o vento me vem contando histórias novas...
Ou talvez pequena, passando o dedo sobre teu nariz pequeno, e este teu leve sorriso medonho, eu esteja mais feliz pelo resto do dia inteiro,
Estou falando bobagens ou está acompanhando tudo? - Ela somente balançava a cabeça tonta pelo jeito como o moço lhe falava.
- Então devo continuar, você é muito nova para compreender o que digo, mas acho lindas essas estrelinhas que se ascendem quando falo qualquer de minhas coisas.
Ela o olhava como uma mulher apaixonada, como uma criança quando olha para o brinquedo que quer, posso dizer que ela não olhava somente, digo que o admirava e não sabia por que, os lábios a cada palavra faziam um movimento lindo, que nem os atores de novela poderiam sequer ter, nem os mais belos, nem os mais vividos, olhava-o com vontade de tê-lo em sua casa, queria que ele esperasse ela crescer, para que ficassem juntos.
- Nenhuma palavra sequer tu dizes menina, estás aí?
Bateu de leve na testinha pequena de May Bell
Ela somente sorriu, logo disse:
- Está cortejando nossa vizinha não é Senhor Franks, ela é uma moça bem bonita, mas não muito qualificada.
- E quem é qualificada para mim?
A pequena debruçou-se sobre o moço
- Caro senhor, creio que me é mais favorável, alguém que, por sua vez tenha predicados mais valorosos, Senhorita Sulivan é uma ótima professora, mas não uma boa dona de casa.
Ele fez uma careta como se dissesse que tinha razão, mas levou a mão ao queixo refletindo.
- Sim pequena... - ela o interrompe.- Pequena não, May Bell, por favor - cruzou os braços, cheia de astucia.
- Sim, May Bell - fez uma cara se corrigindo do erro - Entendo, mas não disse ainda quem seria a ideal mulher para mim.
May ficou passeando ao redor de Franks, não sei, penso que aquela garota não era garota, e eu estava certo. Sussurrou docemente como uma donzela sedutora em seu ouvido:
- Eu.
Franks vira-se surpreso, vê uma bela moça de olhos castanhos claros, tão claros que prendiam seu olhar ao dela, sua boca carnuda e pequena pareciam travesseiros que ele queria deitar, deitar os lábios.
- Ah Franks, não devia conversar com menininhas, elas às vezes se disfarçam de mulheres feitas meu caro - riu aquele riso diabólico.
Pobre Franks saiu de sua fantasia.
- Eu sabia desde o início, quem me ronda muito algo quer.
O que queres de mim, Diabolique?
- May Bell já não lhe agrada?
Risos dilacerantes e olhares debochados sobre o Senhor Franks,
agora que já sabia quem era, e como lidar com ela ele não parecia tão assustado.
- May Bell é muito angelical para seu veneno, diga o que quer, e eu irei seguir meu caminho.
- Nada mais quero que um escravo, poderia ser você, mas esse seu dom poético me irrita, quase me mato dentro do corpo da garota.
Ah! Suas palavras melosas que me sufocam, queimam mais que o sol em dias infernais. Bom,
quero um escravo com dons, não de poesia, mas que narre histórias, quero-o em meu navio, o quero fazendo parte de minha embarcação, por que a viajem é longa daqui para Enfermer dés
Monvês.
E lá estava eu, preso em um rabo de saia, preso em olhos de veludo, cabelos no vento e lábios cheios de preces, preces falsas, que me fizeram errar, mentir, roubar.
Me fizeram sorrir quando ela sorria, dormir quando ela dormia, e contar histórias quando ela docemente pedia .
Eu era e sou escravo de Diabolique, e não consigo me desfazer disso.
Sou um cão fiel a uma dona perversa, mas tão envolvente em palavras e gestos, tão doce em olhares...
Sua voz soa como uma música triste, como um pedido que necessita ser atendido.
E eu de olhos abertos, mas cego, cego pelo seu veneno,
Estou entregue a ela, entregue a esta viagem ao inferno,
Entregue sem forças, ou eu diria cheio de força,
Uma força oculta que me move,
E é Diabolique, mexendo com minha cabeça,
Roubando minha alma para sempre.

domingo, 9 de agosto de 2009

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Por que acha que todos a olham assim?
Sinto-me tremulo só de ver seu rosto a passear pelo jardim
Só mais uma noite calma, eu teimo em sempre querer você de novo
Mas parece demais até para mim.

Acorde seu sonho é alto demais,
O piano arranha algumas notas, então
Todos vão ao centro do salão
Inclusive você e seus olhos perseguidores
Estão presos nas notas,
Tão jovem e tanto me envolve.

Oh querida, perdoe a ousadia para uma dança
Eu quero que se torne uma realidade para mim
Estamos com mãos e dedos próximos
Corpos e olhares soltos, visualizando toda a nossa volta
Acaba-se a música, terminou meu prestígio
Talvez fosse só mais uma de minhas ilusões
Ela talvez não tenha tanto a me oferecer
Talvez eu só goste de sua beleza exterior
E só isso não me basta.

Ela é toda a insanidade em mim

Tão quieta deitada sobre a grama verde, eu sentia sua dor passar por mim,
Não conseguia me importar com mais nada, somente com sua música triste.
Seu rosto virava-se em minha direção, os lábios surrando sonhos e razões para que eu acreditasse nela, mas eu só conseguia ouvir sua música triste;
Oh, a sanidade é um riso agradável, ela me é um buraco aberto.
Secando rosas falsas, não acho os pedaços do seu sorriso,
Só consigo imaginar que você é real, um toque mágico para minha decadência.
Ela sente a dor passar, ela entende que este verde embaixo dela não existe...
O seu olhar matador , me faz sentir como se o sol estivesse me perfurando profundamente.
Eu morri e não consigo me dar conta disso.
É como voar sem cordas de apoio.
Vocês não são anjos, mas estas faces me confundem tanto...
Comecei a acreditar fielmente em suas mentiras, e elas se tornaram minhas verdades, mesmo eu sabendo de tudo.
Vou dormir , vou virar poeta,os sonhos me agradam muito,
Por que ela nunca me deixa, ela sempre está lá,
Eu ouço que estou ficando louco, e acho que sou eu dizendo a mim mesmo.

Apenas mais um anti social.

Algumas páginas estão rasgadas dilaceradas por culpa do tempo
Tempo que me resta, tempo que me sufoca.
Algumas escolhas são feitas sob navalhas em meu pescoço ou apenas decições rápidas demais que me cortam do meu próprio eixo.
Partes de minha personalidade fraca estão espalhadas pelos cômodos de minha casa.
Os ouvidos doem ao ouvir as palavras saindo, essas que não são boas de se ouvir, essas que te machucam, que me condena,
estas coisas que me tiram o sono, tiram a vida,
ou uma possiblidade de ser alguém sociável,
nem que seja para meu cachorro.

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Uma parte sua que agora é minha.

Deixe-me levar aos poucos seus olhos para dentro de meus sonhos, fique do jeito que está, não vai alterar nada,
depende muito do que eu vou sonhar hoje, a realidade mais parece uma história incrível, cheia de pontos em que você pode alterar as coisas, os personagens...
Eu balanço o corpo devagar no compasso da música, o som se arrasta fácil como seus lábios em meu pescoço, não posso conter o sorriso...
Ou ontem quando me afastei sem motivo e olhei você, ah eu tentei te seduzir, mas não fui feita para isso, não tenho esse dom...
Lembro que olhava fixa para seus olhos que estavam negros na noite, só iluminados pelo poste amarelo, mordi os lábios, você mudou o assunto.
É tudo bem não deu certo, pensei.
Talvez se eu dissesse, ''ei estou querendo te enlouquecer só na maneira de te olhar'',
talvez assim fosse mais fácil,
ou não,
eu poderia ficar quieta e não fazer tentativas frustradas...
No tempo todo que te observei, no silêncio que ficamos, estive querendo muito que você nunca me deixasse, e o medo que me veio e sempre vem de perdê-lo, deixar você escorregar entre meus dedos, esses pensamentos chatos...
Esses pensamentos e muitos outros que vou apagando, começando a pôr no lugar novas coisas a se ter em mente, como o beijo longo que tivemos que nunca esqueço, ou quando eu disse sem medo que o amo, quando falei que não saberia como ficar sem seu beijo, não muito doce, no tom exato para nunca me deixar farta deles, ou quando observei você dormir, era tão estranho o sono vinha me chamando e eu não querendo atendê-lo, os olhos pensaram que obervar você era mais divertido do que sonhar qualquer coisa, afinal, sonhar nem é real...
Fomos nos aperfeiçoando em relação a nós mesmos, eu fui gostando do que você gosta, fui te olhando de uma forma diferente, aquela forma...
Aquela que a gente não sabe como começou a ver, só sabe que olhar dessa maneira parece normal, ver que existe alguém muito essencial que se torna uma parte sua, que se torna você por inteiro.

Quem sou eu:

-



Quando eu tive tempo pensei que estaria faltando alguma coisa a que eu precisasse pensar, nada mais era do que me alegrar em achar tempo para sorrir para o vento. Penso muito, hajo pouco, vegeto mais do que vivo, escrevo bastante, o amor está em mim mas precisa ser manuseado com cuidado, ele sempre se distrai e ama a pessoa errada, e derruba meu leite com café, e adoece sempre, e anda descalço pela casa a procura de chinelos quando precisa sair de casa...
Virei escrava do presente, dos sorrisos de agora, das horas de agora, dos filmes de amor...
Sou pipa sem vento, árvore sem folhas, história sem resumo, sou um pingo no mundo, um pingo necessário para alguns. Sou sim doente de carência, sussurro entre palavras quando quero chamar teus olhos para meus lábios. Eu costumava ler livros mas agora não sei muito bem o que quero ler, então parei no tempo em realção a isso. Costumo me contradizer, falar errado e me corrigir, e te corrigir também :$
Costumo não ter afeições fortes por família,
costumo usar fitas, tôcas, bandanas, tiara, tudo que cubra meus defeitos eu escondo, logo sou escrava de meus defeitos também. Tenho preguiça para tudo, de tudo reclamo, de tudo me irrito, gosto de muitos sons, me identifico muito com músicas que nada tem a ver comigo, a verdade é que sou de fases, sou de beijos lentos, sou cafona e brega no que visto, sou diversificada no que ouço, sou uma péssima aluna, péssima em conselhos, péssima em matemática, péssima em fazer escolhas importantes...
Just Péssima.
Não sou sociavel e converso só o que me convém, se não fala comigo não falo com você, mas se você for legal eu puxo papo na maior ;)
Odeio pessoas submissas , tipo free oras...
Tenho 16 anos, não pratico esportes, não fumo, assisto pouco á tv, maior parte do tempo ou durmo ou estou na rua, dou nomes as coisas, tenho fakes, mas eles me deisham com tédio, não utilizo internet para pesquisas D: -s -n
Não tenho minhas próprias gírias e por fim deixando esse falátorio de araque,
não sei ainda não consigo dizer totalmente quem sou eu...

domingo, 2 de agosto de 2009

Por favor Ana, morra.


Risco esses papéis em branco, tão tentadores
loucos para serem escritos e devorados por olhos famintos de curiosidade interna.
Desliza-se sobre as paredes,
é uma fujitiva da lei...
Onde a lei é os grandes mandam e os subordinados obedecem.
Ela foge da cidade, foge surpreendentemente de si mesma ao mesmo tempo que
cruza o céu azul de outro lugar
Não precisa que esqueça o que era antes e o que se torna agora,
fugas divertidas, móteis de beira de estrada, um carro roubado cor azul,
escutando músicas bregas de doer os ossos.
Oh por favor decretem morte a Ana, e ela revira os olhos ignorando as notícias de
fugitiva, nada vai fazê-la parar,
Por que pararia se ela se sente tão bem?
descançando numa bela pousada, escutando as ondas trazidas pelo vento,
estando entregue a sorte.
Por favor caçem Ana,
Ana Coraline Susan Frances ,
nome grande, bonito e que necessita ser mudado.
Agora ela é...
É o que ninguém sabe dizer,
Oh onde anda, será que ainda bate o coração de Ana?
Fugitiva, ladra, ouvinte das piores músicas de bar, filha de pais dóceis.
Onde está?
A morte sorria a ela,
E Frances já não é mais a mesma, e
Ana já não vive.