domingo, 26 de julho de 2009

Meu amanhecer.

Dois pingos na mesa: leite e café...
Um rastro não consciente de açúcar,
A xícara com marca do batom vermelho,
O resto de suco gelado agora quente,
Quente como as torradas prontas para degustação,
Já passadas pelo abate.
Travesseiros macios espalhados pelo chão,
Ritmos e cores na televisão,
Portas e portões abertos;
Pasta de dente pressionada na metade sem tampa,
Escovas: de dente, de cabelo, do sanitário, tudo fora do lugar,
chuveiro ligado, água fria.
Pegadas de lama no banheiro,
Janelas e cortinas fechadas no quarto,
Cama arrumada com a colcha escrita em japonês,
varanda pequena com uma rede armada,
jarros quebrados, areia e plantas espalhadas
nos cantos das paredes brancas, vista para o mar,
A sala de estar tem vista para a cidade e por fim,
um vendaval de idéias que bagunçam minha mesa, meu banheiro,
meus jarros, que bagunçam a mim,
É isso simplismente todos os dias de manhã.

terça-feira, 21 de julho de 2009

Algo meu que não me cabe.

Os restos de teus sorrisos. Em moldura estão sobre a mesa. A última coisa que você me deu.
Beijos misturados a lágrimas dilacerantes. A primeira imagem que você me passou, foi que sempre iria me amar. Decepção me toma, penso logo esqueço. Caminho sobre as calçadas duras. Imaginando você sendo meus lençóis. Tentando encontrar as lembranças. Não se preocupe eu apaguei todas. Existem só trapos de você em mim. Estes que não consigo jogar fora. Eu não vejo a parte em que ganho alguma coisa com isso. Não houve mentiras, pequenas e resolvíveis brigas. Olho o relógio central do centro. Cinco horas e o céu desbotando de azul para um laranja vivo. Muito bonito, mas não me atrai muito. Hoje em dia pouca coisa me atrai. Já tentei um outro amor. Mas amores são paixões que queimam e apagam fácil. Pelo menos é isso que se passa em mim. ''Oh foi um roubo'' foi isso que pensei agora, roubaram grande parte dos meus sentimentos. Sou forte o bastante para me tornar inútil para todos. Pensamento idiota. Pareço nunca chegar ao meu destino. Estou pronto agora. A ponte não é tão alta, o sol não vai me queimar por dentro. Mas ele me corrói por fora. E eu caiu em queda livre. Estar fora de casa é assustador. Mas eu estou me comportanto bem . A queda é rápida . Sou puxado por cordas para poder pisar num chão firme. Não quero sentir firmeza de nada. Gostaria de apenas dormir eternamente e, quem sabe acordar sentado em uma nuvem de algodão doce.

Paixão Instantânea.




A quanto tempo não a vejo, veio minha tia com grande regozijo mostrar a todos sua nobre sobrinha, me contou em alto que brincavámos quando criança e, finalmente sua foto chega em minhas mãos, seus olhos marcados de preto num tom cinza e branco da foto, faziam com que meus olhos não cansassem ao ver seu rosto de boneca de uma menina rica de reinados distantes do meu. Fiquei alí a aprecia-la. Os dias, as sete semanas,
para todos os pensamentos eu traçava um novo plano para vê-la; Você me tirou do chão, quanto mais eu luto para esquecer vivo a odiar seu rosto longe de meus toques, acho que não sou tão forte agora. Cada lágrima sufocada por alguma esperança tola...
Você poderia ser minha?
Meu coração não suporta a espera,
um a um os planos vão aumentando parecendo possíveis.
Preciso dançar nessa chuva vendo seu rosto desbotar para sorrisos,
Você poderia estar aqui agora ? Receio que não.
Cada gota caída é uma história incerta do que pode acontecer amanhã, mas eu escuto atento a todas as elas, esperando que em alguma delas não haja um você sem mim.
Talvez o mundo seja pequeno mesmo, fazendo com que entre no mesmo vagão do trem onde eu estou a olhar sua foto, mas isso parece tão impossível. Observando melhor cada detalhe da fotografia, sua irís parece um mundo negro onde as sombras vagam sem vida, escondendo-se de algo, ou podem ser olhos negros por fora, mas que por dentro guardam toda a luz que eu preciso.
Pequena boneca, me fale de sua vida, me conte suas tragédias, me fale de seus amores...
Preciso sentir a vida voltar ao eixos...
Você me parece um sonho que não consigo acordar, um doce pesadelo, não posso ver, sentir ou saber sobre você mas, eu a guardo sempre em minha mente.

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Visão de fora.




Ela segue só
Numa rua conhecida,
Sentindo o aroma familiar de casa
Mas ainda continua perdida,
E já não sabe como voltar

Ela chora pelas rosas feridas
Sente que se esvai de si a vida
E eu sinto uma dor infernal
Não mexo os pés fico onde estou
Estou a ver ela de um terminal

Tinha um rosto tão bonito, rosto de atriz
É uma criança perdida e infeliz
Me surpreendo vindo logo um alívio
Uma mão que a puxa e no rosto um sorriso

A pequena menina dá um abraço na mãe
chora ofegante em seu colo soluçando
Ela lhe aperta a acalmando
e as duas começam a andar com passos calmos para casa.

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- Atendo aos pedidos do sol e da lua, torno-me um ser de asas pequenas e bonito aos olhos, chego a contar aos astros sobre as histórias da terra, eles estão tão longe e pouco sabem sobre o que acontece por aqui, então eu sou uma informante das coisas terrenas; Eu te visito em seu sono, estou a descançar perto de sua cama, ouvindo tuas palavras que saem quando você dorme, fala dormindo e fala muito, dou um beijo pausado em seu nariz e vou embora, as noites que fujo e que vou te ver, isso sem ninguém saber. Volto a ser humana, volto a fazer as coisas corriqueiras da vida, retorno á teus braços e te escondo a verdade, escondo de ti que sou borboleta a noite, que vejo você dormir, não isso não é mentir, é só um segredo meu...
Um dos muitos, um dos vários.

domingo, 12 de julho de 2009

Alice Belle e o Senhor Bigodes.

Os olhos verdes faziam alarde no canto da sala
Estávamos só a observar as conversas soltas
Só nós dois e o silêncio habitual deixava faltar a fala.

O gato preto sentou a meu lado e olhou para mim
Acariciei sua cabeça e o elogiei
Senti que caía-me um sono profundo e por fim fechei os olhos.

Quando dei por mim vi um coelho andando apressado olhando as horas
num relógio fajuto que lhe dizia o tempo errado
O céu ainda claro e ele dando horas a mais.
Ri do pobre coelho e fui andar sem rumo pelo lugar feliz.

Olhei para o Senhor Bigodes, o gato preto que citei
De pêlos macios e olhos coloridos,
- Mas que Diabos Belle o que faz aqui? - ele me pergunta num tom casual,
amigável, não me surpreendi.
- Oras, não sei conte-me você Bigodes o que faz em meu mundo?.- Cruzei os braços, ele me pegou pela mão e fomos andando
por uma estradinha de terra,
-Oh droga!
Olhei meus sapatos brancos que estavam pretos agora
Bigodes riu alto acordando uma rainha zangada que gritava com
cartas atrapalhadas que pintavam aos choros as flores das árvores de vermelho
Olhei cheia de dó para as cartas, mas continuei meu caminho com o gato falante.

Bigodes usava um terno lindo que lhe caía muito bem
Só não gostava de seu jeito estúpido de ignorar o que eu perguntava
Questionava eu sobre tudo? - pensei.
Vi pessoas loucas tomando chá então notei algo.
- Meus Deus o gato sumiu!!! - Começei a procura-lo e disse: apareça Bigodes não estou brincando.
De repente acordo, todos os olhos da sala em mim,
uns diziam querida o que você tem? Quem é Bigodes?
O gato miou e foi para o lado de Felix,
Odiava aquele bruxo de poderes horrendos,
me deixando passar por Alice,
Desculpei-me e fui deitar em meus lençóis sádios,
Os olhos de Félix me confundiam,
Era de um verde tão vivo...
Balançei a cabeça e deitei, ''Bigodes'' veio miar em minha cama,
trazia na coleirinha vermelha um bilhete
'Querida Belle,
lhe cai muito bem sapatos pretos de terra.
Não seja desastrada da próxima vez
Durma quieta e serena, aproveite os sonhos
Essas janelas compátiveis a nossas vontades são raras de se possuir
E sim, você pergunta muito sobre tudo
Atenciosamente Félix'
Sorri aquele sorriso bobo, bestificado pela sulidez do amor...
Ou simplesmente queria matá-lo,
Depois? Depois foi só mais sonhos mas nada de mundos fantásticos...

Dilacerando-me.

Invoque os anjos,
Eles chegam com suas espingardas cheias de luxúria
Minhas lâminas passam em movimentos rápidos pelos
meu olhos afim de defender-me deles,
Estou cego de amores
Suas enormes asas negras, suas capas pesadas não são levadas
pelo vento,
Não consigo sentir medo, voaram até mim, acariciaram minhas
feridas,
Não me olhavam nos olhos, salivavam pelo meu sangue
Então senti desejo por cada um deles,
Olhei de soslaio para o túneo atrás de mim mas
eu não queria fugir
Queria apenas não sangrar,
Gostaria de que quando os anjos me beijassem
não abrissem mais dez buracos em mim,
Pensei em correr mas eles me puxavam
Eu não recuava nunca, sofrer alí parecia excitante,
A dor e o prazer andando juntas como eu jamais
havia sentido,
Fechei a vista com um deles passando a língua
pela minha pálpebra,
Sabia que se abriria um buraco mas eu não me importava
Já estava preso numa tormenta celestial eterna.

Canção da amargura.

Pedimos que fizessem com que
ela se sentisse tão mal, doente em sua cama seu corpo tenta repouso.
Eu preciso tanto de alguém aqui...
Pareço estar rendido á você
Mas só preciso me aquecer do frio
Imagine um lugar vazio mas cheio de
pequenos quadros,
você é todo o sentimento dentro de mim;
Eu não consigo tocar fogo na insegurança,
vou me agarrar a você como a um bote salva-vidas;
Estou obcecado pelos seus lábios, eles deslizam sobre mim antes de dormir
Eles sempre sussurram baixo o que eu quero ouvir e
depois vem seus olhos negros chorando arrependimentos sobre minha blusa
Então eu finalmente durmo;
Constantemente sonho com você, seus olhos pausados nos meus...
Minha garganta é corroída pelo medo de dizer
Que eu não pareço estar rendido por que eu já sou seu,
minha língua prende e eu te aperto a ponto de
quebrar seus ossos frágeis,
Provamos pouco do que pode se dizer amor
Mas eu vou continuar florescendo,
O que se sente jamais morre...
Mesmo você falecendo para a terra eu serei sua vida dentre os mortos.

Mundo Encantado.

''Mais uma vez estou aqui, sem saber quando irei sair...
Ao certo nem sei se quero sair.
Um sentimento estranho, simples mais ao mesmo tempo complexo, que não tenho como descrever.
A cada letra uma palavra, a cada palavra um novo sentido, a cada sentido vários momentos e cada momento trás consigo varias experiências, que se renovam a todo o momento.
E assim mantém acesa a chama da busca.
Nesse mundo onde o impossível torna-se realidade.
Castelos e Princesas, misturando-se com maquinas e robôs. Viagens ao passado, presente e futuro, ou até mesmo ao nada, sem medir o tempo ou o lugar ao qual desejo ir.
E nem preciso ir muito longe, tenho um mundo em minhas mãos. Viagens, sem sair do lugar, para mente é algo fácil,
Podemos imaginar varias formas, em varias direções. É como uma janela, quando se abre temos milhões de coisas a observar, podemos imaginar cada coisa de uma maneira, nos aventurar em saber se aquilo é o certo ou o errado.
Num fascinante mundo, onde o pensamento toma rumo num caminho sem fim.
Acho que quem começou com tudo isso foi um louco, mais o verdadeiro lúcido entre os verdadeiros loucos. Não via apenas um mundo, e sim, a variedades de mundos existentes dentro do mesmo.
E resolveu escrever sobre o que via, não para provar algo, mais apenas porque queria escrever sobre esse fascinante mundo. E assim crio esse mundo, que contaminou a todos como uma epidemia, a qual ninguém ousa buscar a cura.''

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Discurso em demasiado.

Você sabe quando caminhamos juntos olhando
as enormes montanhas russas,
Sim sua cratividade me faz desistir de amar você
e começar a ser somente sua parceira de conversas antigas
Olhar seu rosto hoje me deixa tranquila,
eu poderia ter sido um grande problema na sua vida
como sei que sou até para mim!
Doces, algodão doce,
comece a me falar sobre seu dia, mexa no cabelo
e sorria este sorriso matinal.
Eu comecei a cair de vez em seu jeito, e sabe que agora
não importa quanto tempo eu o tenha,
Não, eu não quero me importar...
Andei sendo uma garota má, menti muito para mim
reflexo do diabo, não sabendo hoje quem sou eu,
meras coisas a serem ditas,
pego meu café que são os anjos e o leite que é o amor
Está cedo demais para irmos para o paraíso
infernal terra, babilônia de sonhos confusos
Não quero viver sempre e sempre
reduzindo a capacidade mental, aumentando os dias amenos
O céu é só um playground onde viveremos eternamente a mesma coisa
pelo resto de nossas vidas mortas...
Até que um dia, de saco cheio
de tudo nós iremos querer explorar o que não se pode
querer então
Ele cortará nossas asas nos mandando para o fogo,
e para baixo nós vamos...
Mas isso é só um mito que te assusta e te corrompe a fazer o que
está escrito, quebre as regras, seja imaturo, seja birrento.
Não eu ainda não estou no tempo de me importar muito...
Vamos ver se um dia eu me arrependa do que faço.

Necessárias desculpas ao botão branco.

Quebra-se um botão de minha blusa, achei divertido deixar que ele se acostume a
estar quebrado, não doeu ele me disse assim envergonhado, depois começei a pensar
como ele havia se partido em dois.
Lembrei de ter rolado na cama e lembrei também que ele a algum tempo estava
com uma rachadura,
OH MERDA, a culpa é minha
procurei a blusa preta de cerejas violetas e dois botões brancos , um deles é você
o outro botão vive a felicidade de estar inteiro e conversa o dia todo com a linha
que o envolve...
Chorei alguns bocados, limpei as lágrimas antes que elas começacem a inundar meu
quarto e sujar tudo, eu não saberia limpar tudo aquilo,
não sei fazer nada. Pobre botão branco, lastimei realmente triste...
Com carinho peguei minha blusa e me pus a falar, disse que o deixaria ali
por que os fios ainda o seguram na blusa então ele me parece útil;
Sorri ao ver que ele estava feliz de continuar comigo, perto, tão próximo de meu corpo
sentindo o que eu sinto, falando e respondendo ao que eu digo.
Não serei mais tola, não dormirei mais com você o que acha?
Quando me viro lá está o botão envergonhado de novo,
Mas eu já estou quebrado que risco teria?
Olho os furos que são seus olhos e penso, é mais que necessária
minhas desculpas á você, então para o nosso bem
não podemos estar assim tão próximos,
não quero mais pedaços de você por aí.
Ele parecia aceitar a condição e me parece que tudo seguiu bem,
agora tenho um botão em dois, de vez em quando um lado deita sobre o outro
e fico imaginando se não são asas que querem voar.