quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Rastros do dia.

A cidade estava morta pelo suspiro dela, uma reza simples ao diabo...
Alguém a puxava pelas mãos, eu não poderia, não tinha nenhuma intenção de ajudá-la, ela odiava sua vida, soa tanto como uma pergunta em meus ouvidos velhos...
O bar estava todo voltado para a cena, ela traca-se no banheiro, escutamos o arranhar de suas unhas na porta, todos nos levantamos e saímos, enquanto os outros davam passos acelerados até a saída, eu andava como que em câmera lenta, com os olhos voltados para a porta cheia de sangue, via-se pela vidro transparente, desfocado; mas saí, não queria pensar em quais motivos a levava a fazer isso.
Chegamos em casa, largo as apostilas na mesa suja, o sol já caindo para seu sono noturno, as pessoas andavam em todas as direções pela república, festas eram sempre um gasto e um estrago no começo da manhã. Saí antes que a algazarra iniciasse, andei até as vinte e três horas atrás de algo atrativo, mas esta cidade é um cemitério de almas que dormem cedo e perambulam de manhã.

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