domingo, 12 de julho de 2009

Dilacerando-me.

Invoque os anjos,
Eles chegam com suas espingardas cheias de luxúria
Minhas lâminas passam em movimentos rápidos pelos
meu olhos afim de defender-me deles,
Estou cego de amores
Suas enormes asas negras, suas capas pesadas não são levadas
pelo vento,
Não consigo sentir medo, voaram até mim, acariciaram minhas
feridas,
Não me olhavam nos olhos, salivavam pelo meu sangue
Então senti desejo por cada um deles,
Olhei de soslaio para o túneo atrás de mim mas
eu não queria fugir
Queria apenas não sangrar,
Gostaria de que quando os anjos me beijassem
não abrissem mais dez buracos em mim,
Pensei em correr mas eles me puxavam
Eu não recuava nunca, sofrer alí parecia excitante,
A dor e o prazer andando juntas como eu jamais
havia sentido,
Fechei a vista com um deles passando a língua
pela minha pálpebra,
Sabia que se abriria um buraco mas eu não me importava
Já estava preso numa tormenta celestial eterna.

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