terça-feira, 2 de junho de 2009

Flagelado da paixão.




Eu encarei o relógio e dei por falta
de uma coisa,
Onde estaria? Onde deixei e qual a última vez que vi?
E assim em cada canto da casa eu procurei, eu sentei no chão e vi o reflexo de minha perna no espelho e realmente, e pela primeira vez não me assustei.
Desliguei-me daquilo e voltei a procura,
parecia impossível de achar, mas eu sempre fui tão persistente,
então fui aos armários, vi debaixo dos lençóis, nas roupas eu procurei rastros,
Nas confusões, nos beijos, nas tranças malfeitas em meus cachos mal arrumados.
eu cansada,
eu perdida,
eu eu eu, ?
Onde está a maldita boca que me perseguia e não a acho?
Preciso daquelas palavras loucas que me fazem esquecer quando já me questionava demais,
preciso das expressões que ela faz enquanto me engata numa nova tragédia,
Sim é trágico, eu queimo cada neurónio com o que você diz,
cada palavra é uma morte e um funeral.
Me sinto um flagelado da paixão,
Roubas a sanidade, a cada encontro roubas mais e mais,
E EU NÃO ENTENDO O QUE TENHO A OFERECER
e continuo sem entender o que levas,
mas sempre que vai parece satisfeito seu ladrão grotesco
Finalmente o que queres de mim?
De repente a boca responde: Roubo tuas horas, teus olhares, teus gestos, sorrisos, birras, raivas, roubo não, tu me dás assim de graça, tua fala vinda em cântico, mostra as asas celestiais,
faz com que mesmo que não te goste, não viva sem ti.
E o pior que fazes é saber que te quero, te quero sem eu mesmo entender.

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